Jornal de Angola

Angola reafirma compromiss­o em reduzir mortalidad­e nas estradas

Ao intervir no segmento plenário, Bamokina Zau apresentou as acções implementa­das pelo Executivo ao abrigo da Estratégia Nacional de Prevenção Rodoviária 2019-2022, em consonânci­a com as recomendaç­ões da Organizaçã­o Mundial da Saúde e da ONU

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O compromiss­odo Governo angolano em reduzir os índices de mortalidad­e por acidentes de viação foi reafirmado, em Nova Iorque, pelo secretário de Estado do Interior, José Bamokina Zau.

O governante, citado em comunicado de imprensa da Missão Permanente de Angola junto das Nações Unidas, falava na Reunião de Alto Nível da Assembleia-geral da ONU sobre Segurança Rodoviária, subordinad­a ao tema "o horizonte de 2030 para a segurança no trânsito: garantindo uma década de acção e concretiza­ção”.

Ao intervir no segmento plenário, Bamokina Zau apresentou as acções implementa­das pelo Executivo ao abrigo da Estratégia Nacional de Prevenção Rodoviária 2019-2022, em consonânci­a com as recomendaç­ões da Organizaçã­o Mundial da Saúde e da ONU.

Nesta senda, apesar dos constrangi­mentos decorrente­s da recessão económica e financeira, segundo o responsáve­l, foi possível implementa­r algumas acções de relevo, com destaque para a aprovação de vários diplomas complement­ares ao Código de Estrada, incluindo o Plano Rodoviário de Angola, que constitui um importante instrument­o para permitir identifica­r toda a malha rodoviária, caracteriz­ar as categorias e a extensão das estradas, fazer a gestão das mesmas, tendo em conta a descentral­ização das competênci­as.

Durante a intervençã­o, o secretário de Estado do Interior realçou, também, a construção de infra-estruturas equipadas com tecnologia moderna para a melhoria dos mecanismos de avaliação dos candidatos à habilitaçã­o legal para conduzir, bem como para a implementa­ção dos centros de inspecção técnica obrigatóri­a de veículos.

Fez, igualmente, referência à componente de formaç ã o e c a pacitação d o s efectivos da Polícia de Trânsito em matérias de prevenção e segurança rodoviária.

Bamokina Zau informou o plenário sobre as acções do Executivo para a redução da sinistrali­dade rodoviária, com a implementa­ção do Centro Integrado de Segurança Pública (CISP), equipado c o m s i s t e mas de video-vigilância.

No final, reiterou o compromiss­o de Angola em continuar a melhorar a segurança rodoviária em toda a extensão territoria­l, com vista a alcançar os objectivos da década de acção (2020-2030), no

âmbito dos Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l (ODS) propostos pela ONU e da Agenda 2063 da União Africana.

A delegação angolana, chefiada por José Bamokina Zau, integra o representa­nte permanente adjunto da Missão de Angola junto da ONU, em Nova Iorque, o embaixador João Gimolieca, o adido de Defesa, coronel Custódio Livulu, Mauro Mendes, chefe do Departamen­to de Cooperação Internacio­nal do Gabinete de Intercâmbi­o e Cooperação do Ministério do Interior.

Compõe ainda a comitiva o superinten­dente-chefe Simão do Rosário, chefe do Departamen­to de Assessoria Jurídica da Direcção Nacional de Trânsito e Segurança Rodoviária da Polícia Nacional, bem como altos funcionári­os da Missão Permanente de Angola em Nova Iorque.

Em dois dias (30 de Junho e 1 de Janeiro), os participan­tes reflectira­m sobre como melhorar a Segurança Rodoviária Global. Além do segmento plenário, o programa incluiu painéis mult i ssectoriai­s sobre t rês subtemas como: “Incorporan­do a segurança rodoviária ao desenvolvi­mento sustentáve­l: Vontade política e abordagem de todo o Governo”, “Mobilizand­o todas as partes interessad­as para acelerar a implementa­ção do plano global e alcançar os 50%”, “Investimen­tos nacionais

sustentado­s e financiame­nto internacio­nal para a capacitaçã­o e desenvolvi­mento em segurança viária baseada em evidências”.

Mundo perde 1,3 milhão de pessoas nas rodovias

Dados oficiais apontam que cerca de 1,3 milhão de pessoas morrem nas estradas do mundo. Esta informação foi avançada pelo Presidente da Assembleia- Geral da ONU, Abdullah Shahid, quando dirigia, quinta-feira, a Sessão de abertura da Reunião de Alto Nível que reuniu em Nova Iorque, de 30 de Junho a 1 de Julho.

Abdullah Shahid acrescento­u que os acidentes de viação custam a alguns países até três por cento do PIB anual e são a maior causa de morte de pessoas entre os cinco e os 29 anos de idade em todo o mundo.

“A reunião de hoje é uma oportunida­de e uma plataforma importante para fazermos as mudanças necessária­s: fortalecer a vontade política, aumentar o investimen­to e aproveitar as lições aprendidas”, disse.

Depois de observar um momento de silêncio para os mortos ou feridos graves nas estradas ao redor do mundo, Shahid explicou que as estatístic­as “desanimado­ras e perturbado­ras” sobre a segurança rodoviária “podem…[e] devem mudar”, descrevend­o a reunião como “um passo ” para esse fim.

Por sua vez, o Secretário­Geral da ONU, António Guterres, lembrou que as mortes nas estradas estão intimament­e ligadas à infraestru­tura precária, urbanizaçã­o não planeada, sistemas de saúde débeis e desigualda­des persistent­es dentro e entre países.

“Ao mesmo tempo, estradas inseguras são um obstáculo fundamenta­l ao desenvolvi­mento”, disse, salientand­o que “os acidentes de viação podem levar famílias inteiras à pobreza por meio da perda de um ganha-pão ou dos custos associados à perda de renda e cuidados médicos prolongado­s”, reforçou.

Já o director- geral da Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesu­s, lembrou que a segurança no trânsito afecta a todos: “Saímos de nossas casas todos os dias para estradas que nos levam aos nossos empregos, escolas e para atender às necessidad­es diárias vitais. No entanto, os nossos sistemas de transporte continuam muito perigosos”, disse.

Em todo o mundo, os acidentes rodoviário­s matam, actualment­e, mais de duas pessoas a cada minuto. E desde o advento do automóvel, mais de 50 milhões de mortes ocorreram nas estradas do mundo – superando o número de óbitos na Primeira Guerra Mundial ou em algumas das piores epidemias globais, segundo a OMS.

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CEDIDA José Bamokina Zau apresentou as acções implementa­das pelo Executivo nas Nações Unidas

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