CARTAS DOS LEITORES
Educação nas estradas
As nossas estradas tornaram-se numa fonte de numerosas preocupações para as famílias e para o Estado. A sinistralidade rodoviária, hoje, atinge níveis perturbadores. O Conselho Consultivo da Direcção Nacional de Viacção e Trânsito tem feito o possível para conter o que já é tido, por fontes estatísticas, como a segunda causa de morte no país. Acredito que, se calhar, falta inserir nos programas curriculares das escolas matérias relacionadas com a sinistralidade rodoviária, além de uma contínua campanha de sensibilização das pessoas adultas. Embora pareça, na verdade é elevado o grau de despreparação das pessoas a lidar com os sinais de trânsito. Já vi pessoas adultas, várias vezes, perante o semáforo, sem saber interpretar os sinais para peões e para viaturas. É triste.
MARIA FERNANDO
Prenda
A cura tradicional
A luta dos terapeutas angolanos no sentido da criação de um regulamento da actividade e do reconhecimento, por parte da sociedade, constitui um passo importante. Acompanho com interesse o empenho de instituições do Estado que se mostram igualmente interessadas na organização de uma actividade nobre que acaba por complementar à medicina convencional, na busca da cura para as mais variadas patologias. Parece-me que os terapeutas tradicionais andam muito agastados com um crescente número de praticantes daquele ramo da medicina sem estar devidamente capacitados e conhecidos pelas instituições do Estado e pela comissão instaladora da futura associação dos terapeutas tradicionais.
Perdoem-me o desconhecimento da existência de tal associação, mas julgo que se trata ainda de uma instituição embrionária. De qualquer modo, faz todo sentido que os terapeutas tradicionais pretendam mais respeito e reconhecimento por parte da sociedade. É esperada a actuação da Polícia Nacional no sentido de parar com todos os que se fazem passar por terapeutas tradicionais para extorquir dinheiro às famílias. ALMERINDO SILVA
Boavista
Cultura dos impostos
A cultura de pagar impostos ainda não está totalmente incutido na mente de muitos compatriotas. Segui em tempos um debate em que o tema central era Direitos Vs Deveres. Muitos defendiam que é preciso que os cidadãos ganhem não apenas consciência sobre os seus direitos, mas igualmente que aprendam por si mesmos os seus deveres. E entre os deveres encontram-se, sem sombra de dúvidas, o pagamento de impostos. A água, a luz, a taxa de circulação, o valor de condómino para aqueles que vivem em condomínios, etc.
Acho que grande parte dos cidadãos pagam impostos por algum tipo de coação, quando era bom que o lado voluntário falasse mais alto. Acho que as escolas deviam começar por ensinar matéria que incidissem sobre a cultura de deveres. Não concordo com a lógica segundo a qual não se paga imposto por causa da precariedade dos seus serviços a ela ligados. Devemos todos cultivar deveres que tenham que ver com o pagamento de impostos, preferencialmente de forma voluntária. Espero que a população seja sensibilizada a pagar voluntariamente os seu impostos.