PIB cresce 2,6 por cento no primeiro trimestre
Avanço registado da economia nacional foi influenciado pelo desempenho do sector petrolífero
O Produto Interno Bruto (PIB) registou um crescimento homólogo de 2,6 por cento no primeiro trimestre de 2022, sob a influência do desempenho do sector petrolífero, segundo dados das Contas Nacionais Trimestrais, divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com os dados do INE, publicados quintafeira, o Valor Acrescentado Bruto do Petróleo teve um crescimento de 1,9, no I trimestre de 2022, em comparação com o mesmo período de 2021, contribuindo em 0,47 pontos percentuais na variação total do PIB.
O INE justifica este crescimento com vários factores, entre eles o aumento da procura da Europa e da Índia “devido à normalização paulatina do modo de viver das pessoas” e tentativa de golpe de Estado no Cazaquistão associada à redução da quantidade produzida pela Líbia que impulsionaram o aumento da procura do petróleo na África Ocidental, incluindo as ramas angolanas.
Todos os sectores nãopetrolíferos cresceram, em termos homólogos, excepto o dos diamantes e a intermediação financeira.
A Agropecuária e Silvicultura tiveram uma variação homóloga de 3,0 por cento, no primeiro trimestre, que se deveu ao aumento da produção das culturas agrícolas e da pecuária, enquanto a Pesca teve um aumento de 5,4 por cento, em relação ao trimestre homólogo, devido ao ligeiro aumento da captura no período em referência.
O documento assinala, ainda, uma retracção de 14,7 por cento na Intermediação Financeira e de Seguros, motivada pela queda dos rendimentos dos bancos comerciais.
Já o sector dos diamantes teve uma queda homóloga brusca de 28,3 por cento, justificada com a suspensão do terminal da Socomar, aumento da tarifa portuária e instabilidade nos mercados de origem do produto associados ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
A Indústria Transformadora avançou 2,0 por cento, reflectindo a variação positiva na ordem dos 11 por cento na produção no ramo alimentar, particularmente no sector das moageiras, massas e produtos de padaria que pesa mais de 60 por cento no total dos sectores industriais.
O sector dos Transportes aumentou 31,3 por cento, traduzindo um crescimento no subsector aéreo, fruto do aumento de frequências de voos, devido ao alívio das medidas de combate à Covid19 e, por outro lado, à entrada em funcionamento de novos operadores no serviço de transporte urbano em Luanda.
O Valor Acrescentado Bruto da Telecomunicação subiu 2,4 por cento, devido ao aumento da produção das Unidades Tarifárias de Telecomunicações (Utt) motivadas pelo maior consumo de serviços de comunicações, associado à entrada da nova empresa Africell no mercado interno.
O Valor Acrescentado Bruto da Electricidade teve um aumento de 2,5 por cento, o da Construção registou um crescimento na ordem de 4,1, devido ao ligeiro aumento
de materiais de construção de origem nacional e importada, e o Comércio um acréscimo de 1,6, registando-se aumentos significativos na produção agrícola, pesca e bens manufacturados destinados a essa actividade.
O Valor Acrescentado Bruto do Governo teve uma subida de 7,2 por cento resultante do facto de o sector público incrementar o valor da remuneração declarada face ao período homólogo, bem como as actualizações, promoções faseadas das distintas categorias e entrada de funcionários públicos.
No caso do imobiliário, o crescimento de 2,9 por cento, justifica-se pelo facto de ser usada a taxa de crescimento da população, bem como a oferta de imóveis em modalidade de renda resolúvel
O Valor Acrescentado Bruto dos Outros serviços registou um crescimento de 4,8 por cento, associado ao aumento significativo da actividade de hotelaria e restauração, com maior peso nesta categoria.
Em termos trimestrais, o PIB cresceu 4,3 por cento na passagem do quarto trimestre de 2021 para o I trimestre de 2022, levando-se em consideração a série com ajuste sazonal.
As actividades que contribuíram positivamente para a variação do PIB no primeiro trimestre de 2022 face ao trimestre anterior foram a Extracção e Refinação de Petróleo, com 4,93 por cento; Electricidade e Água 0,004; Construção 4,69; Correios e Telecomunicações 0,58; Intermediação Financeira 0,56; Administração Pública 0,41 e Outros Serviços 0,31.