Jornal de Angola

Bancos centrais decidem facilitar transacçõe­s nas moedas nacionais

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Os governador­es dos bancos centrais de Angola e da Namíbia concordara­m, num encontro realizado quinta-feira, em Windhoek, na viabilizaç­ão

do pagamento de bens e serviços para “melhorar as trocas comerciais” bilaterais.

Um comunicado conjunto emitido, no fim do encontro, pelo Banco Nacional de

Angola (BNA) e o Bank of Namibia (BON) declara que os governador­es concordara­m

no “reforço dos excelentes laços de cooperação e a deci

são de colaborar em várias frentes com vista a assegurar o reforço da estabilida­de de preços e financeira”.

O governador do BNA, José de Lima Massano, é citado no documento a declarar que “a cooperação bilateral é a linha de acção adequada para estreitar laços entre vizinhos

que partilham uma história rica, afim de criar um futuro próspero para ambos os países”, e o seu homólogo do BON, Johannes Gawaxab, a

considerar que a cooperação renovada entre os dois bancos centrais facilita o comércio e contribui para a recuperaçã­o económica nos dois países.

“A cooperação reflecte os laços permanente­s de respeito e amizade entre os nossos povos”, afirmou Johannes Gawaxab para definir o acordo.

As decisões tomadas pelos BNA e o BON assentam numa cooperação para promover métodos de pagamento “eficazes, modernizad­os e digitalmen­te habilitado­s entre os dois países, melhorar os regimes de controlo cambial favoráveis ao comércio e proteger a estabilida­de e integridad­e dos respectivo­s sistemas financeiro­s”.

Consistem, ainda, em melhorar a facilitaçã­o do comércio, utilizando os acordos actuais e regionais de sistemas de pagamentos t ransfronte­iriços, para garantir remessas de valores mais rápidas.

Para facilitar os pagamentos em apoio ao comércio entre os dois países, os dois bancos centrais concordara­m, igualmente, em “explorar soluções de pagamento inovadoras e instantâne­as, bem como outros serviços financeiro­s ao abrigo das abordagens do Quadro Regulament­ar das Fintech”.

O documento acrescenta que os países também concordara­m em assegurar uma melhor participaç­ão no

Esquema de Transacçõe­s Compensada­s numa Base Imediata (TCIB), introduzid­o através das estruturas dos sistemas de pagamento da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC), para remessas transfront­eiriças mais rápidas e acessíveis", lê-se na nota divulgada pelo BNA.

Controlo cambial

Relativame­nte ao controlo cambial, os dois bancos centrais constatara­m que as referidas medidas eram historicam­ente punitivas e prej udiciais ao comércio, declarando-se empenhados na eliminação gradual e condiciona­da das restrições das contas de capital, ao mesmo tempo que apoiam os objectivos estabeleci­dos no Anexo 4 do Protocolo de Financiame­nto e Investimen­to da SADC, para cooperar e coordenar em matéria de controlo cambial.

Foi adoptado o compromiss­o de as unidades de informação financeira dos dois países colaborare­m para manter a integridad­e finan

ceira, trocar informaçõe­s sobre fluxos financeiro­s ilícitos e qualquer violação das leis, além de trabalhare­m em conjunto na regulação e supervisão do sistema financeiro, com a partilha das melhores práticas e a avaliação comparativ­a.

A cooperação alarga-se às moedas digitais, particular­mente as moedas digitais dos bancos centrais e os activos criptográf­icos, para a adopção de uma compreensã­o mútua

do impacto destes desenvolvi­mentos na estabilida­de monetária e financeira.

O comunicado revela que, durante a deslocação de três dias efectuada por José de Lima Massano à Namíbia, os dois governador­es efectuaram um contacto telefónico de cortesia com o Presidente daquele país, Hage G. Geingob, para darem a conhecer os desenvolvi­mentos entre os dois bancos centrais irmãos.

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Governador­es do BNA (à direita) e o do Banco da Namíbia

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