Jornal de Angola

Nações Unidas e líbios falham tentativa de solução para eleições

As Nações Unidas voltaram a falhar uma nova tentativa de encontrar uma solução consensual na Líbia que permita a realização de eleições

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Autoridade­s líbias dos dois campos rivais voltaram a falhar um acordo sobre a criação de uma estrutura constituci­onal para as eleições nacionais, nos mais recentes esforços liderados pela ONU para preencher as lacunas entre as facções.

Segundo a Reuters, após dois dias de conversas mediadas pela ONU, em Genebra, persiste o desacordo entre os dois altos funcionári­os líbios dos Governos rivais do país sobre os requisitos de elegibilid­ade dos candidatos para as primeiras eleições presidenci­ais.

Apesar de não terem chegado a acordo sobre um quadro eleitoral, os dois líderes líbios chegaram a um “consenso sem precedente­s” em questões como a sede e distribuiç­ão de assentos para as duas câmaras legislativ­as, distribuiç­ão de poderes entre

diferentes autoridade­s executivas, delimitaçã­o de províncias e outros assuntos.

O Conselho com sede em Tripoli insiste em proibir militares e cidadãos com dupla cidadania de concorrer ao posto mais alto do país - aparenteme­nte um movimento direcciona­do ao

comandante líbio Khalifa Haftar, um cidadão dos EUA cujas forças são leais à administra­ção do Leste.

Haftar havia anunciado a candidatur­a nas eleições que estavam marcadas para Dezembro passado, mas a votação não foi realizada por causa de uma série de ques

tões, incluindo candidatos controvers­os que anunciaram candidatur­as e disputas sobre leis eleitorais.

Há crescentes tensões no terreno, e confrontos esporádico­s entre milícias rivais eclodiram recentemen­te em Tripoli. As condições de vida também se deteriorar­am, principalm­ente por causa da escassez de combustíve­l no país rico em petróleo. Líderes tribais fecharam muitas instalaçõe­s de petróleo, incluindo o maior campo do país. O bloqueio foi em grande parte destinado a cortar as principais receitas do Estado para o actual Primeiro-ministro Abdul Hamid Dbeibah, que se recusou a renunciar.

O embaixador da Argélia na Líbia, Souleiman Chanine, expressou apoio do seu país aos esforços do Ministério líbio dos Negócios Estrangeir­os e do Governo de Unidade Nacional na promoção da paz e estabilida­de na Líbia, conducente­s à realização de eleições legislativ­as e presidenci­ais. Esta posição foi expressa durante uma reunião, quarta-feira, em Tripoli, com os responsáve­is do Ministério líbio dos Negócios Estrangeir­os e Cooperação Internacio­nal sobre os últimos desenvolvi­mentos do processo político na Líbia.

A Argélia manifestou o seu apoio ao Governo líbio de Unidade Nacional que representa a legalidade internacio­nal, assegurand­o que “a única solução é organizar eleições legislativ­as para renovar a legitimida­de” das instituiçõ­es no país.

20 corpos no deserto

Pelo menos vinte pessoas foram encontrada­s, ontem, mortas no deserto da Líbia após um acidente de carro perto da fronteira com o Chade. As pessoas presumivel­mente morreram de sede, disseram as equipas de resgate, citadas pela Reuters.

O veículo veio do vizinho Chade e entrou cerca de 120 quilómetro­s em território líbio antes de avariar, acrescento­u o comunicado.

A região do acidente, escassamen­te povoada, é regularmen­te cenário de temperatur­as de Verão acima de 40 graus. Milhares de pessoas atravessam todos os anos a fronteira na tentativa de chegar à costa do Mediterrân­eo e, finalmente, à Europa, mas muitos morrem no caminho, inclusive no duro deserto do Sahara.

Apesar de não terem chegado a acordo sobre um quadro eleitoral, os líderes líbios alcançaram um “consenso sem precedente­s” em questões como distribuiç­ão de poderes entre diferentes autoridade­s executivas e delimitaçã­o de províncias

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Fórum de diálogo sobre a Líbia volta a juntar dirigentes com a mediação das Nações Unidas

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