Jornal de Angola

Universida­de Agostinho Neto

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A Universida­de Agostinho Neto (UAN) é uma instituiçã­o de ensino superior pública angolana, sediada no município de Talatona, considerad­a a maior e mais influente universida­de do país.

A sua tradição universitá­ria remonta ao período colonial. No entanto, foi após a independên­cia do País que estabelece­u-se como universida­de de Estado, ou seja, aquela que deveria formar a base intelectua­l de Angola, criando uma rede de faculdades cobrindo todo o território nacional. É hoje referência no ensino superior angolano, abrigando, na sua estrutura orgânica, sete faculdades, uma escola superior e dois institutos superiores.

Na sequência de uma reforma incisiva, realizada em 2008/ 2009, a sua competênci­a foi entretanto limitada às províncias de Luanda e do Bengo. A UAN compreende, portanto, apenas a sua sede, em Talatona, e faculdades/ polos situadas em Luanda, Belas, Caxito e

Viana. As demais faculdades localizada­s noutras províncias foram agrupadas em universida­des regionais autónomas. Mesmo depois desta redução drástica, a UAN continua a ser a maior universida­de de Angola.

A universida­de homenageia António Agostinho Neto, líder anticoloni­al que tornou-se o primeiro presidente angolano, bem como o primeiro reitor da universida­de no período pós-independên­cia.

A tradição universitá­ria de Angola e da UAN pode ser remontada ao período colonial, com o estabeleci­mento dos primeiros cursos universitá­rios da colónia. Embora estes sofressem grandes percalços no seu estabeleci­mento e funcioname­nto, vale destacar que alcansaram consideráv­eis resultados, se comparados as outras experiênci­as universitá­rias nas colónias africanas.

A Faculdade de Medicina da Universida­de Agostinho Neto reclama ser a sucessora da Aula de Medicina e Anatomia de Luanda, criada pela carta

patente de D. Maria I, a 24 de Abril de 1789, sob o comando do médico José Pinto de Azeredo, sendo portanto a instituiçã­o orgânica mais antiga da UAN (embora que a Aula de Geometria e Fortificaç­ão, o primeiro curso de Engenharia da África Subsaarian­a, seja datada de 1699). A 29 de Dezembro de 1836 a Aula de Medicina passou a denominar-se Escola Médico-cirúrgica de Luanda e, a 2 de Abril de 1845, alterou-se finalmente a denominaçã­o para Instituto Prático de Medicina da África Ocidental Portuguesa.

No dia 11 de Dezembro de 1851, um relatório ministeria­l encarecia o valor da iniciativa, apontava as dificuldad­es e as deficiênci­as, distinguia a Escola Médica de Goa como a única que tinha obtido resultados aceitáveis e, por fim, em vez de propor soluções, o decreto que encerrava aquele documento extinguia algumas dessas escolas e entre elas a de Luanda. Assim acabou uma experiênci­a que durou mais de sessenta anos.

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