Jornal de Angola

José Eduardo dos Santos

- Nhuca Júnior

“Livres e justas”. José Eduardo dos Santos continuou à frente dos destinos do país até 2017, ano em que se retirou da vida política activa, por vontade própria

49,57 por cento dos votos

“Tempos novos em Angola”. Muita gente que votou em 1992, ano da realização das primeiras eleições gerais da história do país, deve lembrar-se desse chamariz, criado para a imagem com que o MPLA e o seu candidato, José Eduardo dos Santos, se apresentar­am para o pleito. No campo do

marketing político, o MPLA e o seu candidato presidenci­al estavam servidos pela Propeg, uma das melhores e mais experiente­s agências de propaganda e marketing político do Brasil, dando um carácter profission­al à sua campanha eleitoral, uma decisão que terá sido tomada um ano antes

das eleições gerais.

Na campanha eleitoral, José Eduardo dos Santos, ao l ado do partido que encabeçava, soube aproveitar os erros de Jonas Savimbi, líder da UNITA, apresentan­do-se aos olhos do eleitorado como o garante de uma paz permanente para Angola. A popularida­de de José Eduardo dos Santos ficou reflectida nos resultados da primeira volta das eleições presidenci­ais, apesar de não ter conquistad­o a maioria absoluta. José Eduardo dos Santos só não ganhou à primeira volta por ter ficado a menos de um por cento da maioria absoluta. Ficou em primeiro lugar, conquistan­do 49,57 por cento dos votos validament­e expressos, mas forçado a ir a uma segunda volta com Jonas Savimbi, o segundo mais votado, com 40,07 por cento dos votos.

Asegunda volta das eleições presidenci­ais nunca se realizou, por Jonas Savimbi ter optado por mergulhar o país numa guerra pós-eleitoral, que durou 10 anos, com o argumento de fraude eleitoral, até hoje, nunca provada. A divulgação dos resultados finais das eleições gerais foi feita a 17 de Outubro, dia em que Margaret Anstee, a representa­nte do secretário-geral

das Nações Unidas em Angola, reconheceu, lendo uma declaração oficial, que as eleições em Angola foram “livres e justas”. José Eduardo dos Santos continuou à frente dos destinos do país até 2017, ano em que se retirou da vida política activa, por vontade própria.

José Eduardo dos Santos governou o país durante 38 anos, 25 anos dos quais em democracia

multiparti­dária.

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