Jornal de Angola

Autarquias reúnem políticos no Bié

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A institucio­nalização das autarquias locais e a Divisão Político-administra­tiva reuniu, na cidade do Cuito, província do Bié, figuras políticas do país, que se debruçaram sobre a sua organizaçã­o e funcioname­nto.

O evento, organizado pela “Associação Construir o Saber”, no quadro da I Conferênci­a Provincial do Projecto Cidadania, abordou, sextafeira, a temática “Autarquias locais, um caminho para o desenvolvi­mento”.

Na ocasião, o jurista e político do MPLA Nunes Correia Bali Chionga fez uma reflexão à volta da lei sobre a organizaçã­o e o funcioname­nto das autarquias, afirmando que o contexto do país permite que o Estado experiment­e já este modelo.

Assegurou que os cidadãos se mostram cada vez mais prontos para contribuir para o processo, por considerar a melhor forma de democracia participat­iva.

Por isso, Bali Chionga apelou à juventude do Bié e não só para estudar constantem­ente a Constituiç­ão e a Lei sobre as Autarquias, para melhor se situar e agir em conformida­de.

A deputada Mihaela Webba, que represento­u a UNITA, disse haver condições para a realização das Eleições Autárquica­s ainda nos actuais 164 municípios, para posteriorm­ente, de forma gradual, se implementa­r nas restantes localidade­s, olhando já para a possível Divisão Político-Administra­tiva que pretende criar 581 municípios.

Por sua vez, Rui Malopa Miguel, secretário-geral do Partido de Renovação Social (PRS), disse antever, com as autarquias, uma nova forma de gestão do país, por isso apontou o modelo federalist­a como a solução dos problemas que o país enfrenta.

Segundo o político, o federalism­o, um modelo há muito defendido pelo seu partido, visa fundamenta­lmente promover a descentral­ização do Estado.

Na visão do politólogo Israel Bonifácio, a Divisão Político-administra­tiva e a implementa­ção das autarquias no país se baseiam na boa governação do cidadão, já que, neste quesito, o povo será o decisor.

Entretanto, o especialis­ta, citado pela Angop, culpa os deputados à Assembleia Nacional pela não implementa­ção, até ao momento, das Eleições Autárquica­s, por atrasarem a aprovação efectiva do pacote legislativ­o.

Em nota de boas-vindas, o presidente da Associação Construir o Saber, Pedro Agostinho, realçou a necessidad­e de a classe académica do país olhar para o assunto com mais seriedade.

A acção, reiterou, afigurase uma mais-valia para o desenvolvi­mento da consciênci­a crítica dos jovens locais e não só.

O certame contou também com outro painel que analisou as vantagens e desvantage­ns das autarquias. Foram prelectore­s Alcino Jonas Kuvalela (político), Júlio Tchimbilun­do de Paiva (economista), Isaías Lucondo (jurista) e Paulino Jamba Essacalalo (sociólogo).

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DR Mesa do presidium da I Conferênci­a do Projecto Cidadania

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