Economia dos EUA pode entrar em recessão
dos EUA pode ter dificuldade em escapar a uma recessão, segundo um relatório apresentado pela Reserva Federal (Fed), com base na história.
Como se aponta no documento, não há precedente de um banco central ter tido sucesso no combate à inflação sem "sacrifício económico ou recessão substancial".
Citando casos históricos de "desinflação", desde os anos 1950 nas principais economias, o estudo concluiu que os bancos centrais "provavelmente vão ter dificuldade em atingir os seus objectivo de desinflação sem sacrificar de maneira significativa a actividade económica". Preparado por economistas, no quadro de um seminário organizado em Nova Iorque pela Booth School of Business da Universidade de Chicago, o estudo admitiu que a Fed "deve endurecer consideravelmente a o seu objetivo de inflação até ao fim de 2025".
A inflação voltou a repartir em alta em Janeiro, para 5,4 por cento em termos anuais, segundo o índice PCE, privilegiado pela Fed, ao não considerar bens mais voláteis, como os da energia e alimentação. A meta da Fed para o crescimento dos preços é dois por cento. Apesar das subidas da taxa de juro de referência que a Fed tem feito desde há um ano, para encarecer o custo do crédito e assim diminuir o consumo e a pressão sobre os preços, a economia permanece sólida. A análise identificou paralelos entre o clima actual e o do fim dos anos 1970, quando o então presidente da Fed, Paul Volcker, aumentou drasticamente a taxa de juro para atacar a inflação.
E, hoje, considerou-se no documento, como há 40 anos, a Fed não reagiu a tempo. O episódio Volcker "mostra a que ponto a desinflação pode ser cara, quando um banco central perde a credibilidade para controlar a inflação", escreveram os autores do estudo, recordando que na altura o resultado foi um desemprego superior a 10 por cento nos anos 1980.
Até agora, o mercado de trabalho nos EUA tem-se mostrado sólido, com uma taxa de desemprego baixa, de 3,4 por cento em Janeiro, acrescida de uma falta de mão-de-obra. Entretanto, a natureza "sem precedente" da pandemia distingue o período actual, realçou Philip Jefferson, um dos governadores da Fed no seminário.
Os modelos económicos, "apesar de serem úteis em diversos aspectos, são de aplicação mais difícil", e "devem ser utilizadas com uma interpretação e um julgamento prudentes", avisou.