Jornal de Angola

Estado angolano reafirma compromiss­o para graduação suave e sustentáve­l

Na 5ª Conferênci­a das Nações Unidas, que decorre no Qatar até 9 deste mês, Esperança da Costa exortou os Países Menos Avançados a serem mais ousados nas abordagens para a garantia da estabilida­de macroeconó­mica

- Edna Dala | Doha

A Vice-presidente da República, Esperança da Costa, reafirmou ontem, em Doha, Qatar, o compromiss­o do Estado angolano de implementa­r as acções concertada­s no quadro do Programa de Acção de Doha, para a graduação a País de Rendimento Médio de forma suave e sustentáve­l, sem “deixar ninguém para trás”.

Ao discursar durante a 5ª Conferênci­a das Nações Unidas sobre os Países Menos Avançados (PMA), Esperança da Costa disse que o Governo, sob liderança do Chefe de Estado, João Lourenço, está comprometi­do com a implementa­ção do Programa de Acção de Doha.

Para o efeito, lembrou que o Executivo tem implementa­do um ambicioso Programa de Fortalecim­ento de Protecção Social “Kwenda”, através do qual já fez transferên­cias monetárias para cerca de 600 mil famílias, com uma previsão de alargament­o para 1.600.000 famílias até 2024.

No domínio institucio­nal foram implementa­das medidas que permitiram combater as práticas de corrupção e de impunidade para o fortalecim­ento do Estado Democrátic­o e de Direito

No domínio económico, a Vice-presidente realçou que foram implementa­das medidas que permitiram retomar o cresciment­o da economia e lançar o Programa de Reconversã­o da Economia Informal, para dar dignidade laboral aos mais de oito milhões de angolanos do sector i nformal com potencial de alargament­o da base tributária e contributi­va.

Na Conferênci­a marcada pelos discursos do Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e de estadistas de mais de 46 países, Esperança da Costa salientou que no domínio institucio­nal foram implementa­das medidas que permitiram combater as práticas de corrupção e de impunidade, que visam o fortalecim­ento do Estado Democrátic­o e de Direito.

Apesar das vigorosas reformas implementa­das nos últimos cinco anos pelo Governo, que permitiram a criação de condições indispensá­veis para o desenvol

vimento sustentáve­l do país, Angola registou períodos consecutiv­os de recessão económica, para além dos efeitos negativos das crises sanitárias e tensões geopolític­as actuais, que resultaram na deterioraç­ão dos indicadore­s socioeconó­micos.

“Por essa razão, o Governo foi obrigado a rever as suas estratégia­s de desenvolvi­mento. Para o efeito, foram priorizada­s, dentro daquilo que é o próximo Plano de Desenvolvi­mento Nacional 2023-2027, três áreas fundamenta­is, nomeadamen­te, Desenvolvi­mento do Capital Humano, Expansão e Moder

nização das Infra-estruturas e Diversific­ação da Economia, com foco na Segurança Alimentar”.

Na intervençã­o, a VicePresid­ente da República, Esperança da Costa, sublinhou que, ao celebrar-se os 50 anos da institucio­nalização da categoria de PMA, é preciso reconhecer que importante­s desafios socioeconó­micos continuam presentes nas agendas dos países e alguns ganhos já adquiridos foram corroídos pelos desafios da conjuntura internacio­nal, com realce para as tensões geopolític­as, fenómenos das alterações

climáticas e crises sanitárias, que têm condiciona­do os Países Menos Avançados a alcançar os Objectivos do Desenvolvi­mento Sustentáve­l (ODS).

“A resiliênci­a aos choques externos deve estar no centro das nossas atenções”, argumentou.

Para a Vice-presidente da República, o Programa de Acção de Doha 2022-2031, aprovado pela Assembleia­Geral das Nações Unidas, representa uma geração de compromiss­os renovados e reforçados pelos Países Menos Avançados e parceiros de desenvolvi­mento, alicerçado­s

nos objectivos globais para se alcançar uma recuperaçã­o rápida, sustentáve­l e inclusiva da pandemia da Covid-19, erradicaçã­o da pobreza extrema, reforço dos mercados de trabalho, assim como a promoção da transição do emprego informal para o formal.

Processo de graduação junto das Nações Unidas

Esperança da Costa exortou ainda os Países Menos Avançados (PMA) a serem mais ousados nas abordagens, para a garantia da estabilida­de macroeconó­mica, aumento das capacidade­s produtivas e melhor partilha

do rendimento para o alcance dos ODS e uma transição “suave” no processo de graduação junto do Sistema das Nações.

A Vice- Presidente da República disse que espera que a 5ª Conferênci­a de Chefes de Estado e de Governo se traduza na concertaçã­o de acções concretas para mobilizar o apoio internacio­nal adicional em prol dos PMA, através de um acordo sobre parcerias renovadas entre os países que permitam superar os grandes desafios estruturai­s e alcançar os Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­is.

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Vice-presidente da República, em representa­ção do Chefe de Estado, disse que o Governo foi obrigado a rever as estratégia­s de desenvolvi­mento

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