Jornal de Angola

Envenename­ntos aumentam e Governo fala em “amostras suspeitas”

Os casos de envenename­nto ultrapassa­m agora “várias centenas”, tendo sido afectadas 52 escolas, segundo o último balanço oficial

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de envenename­nto em várias escolas femininas no Irão aumentaram nas últimas semanas, contabiliz­ando-se várias centenas, e o Governo indicou que foram descoberta­s “amostras suspeitas” durante as investigaç­ões.

De acordo com a agência de notícias Isna, que citou autoridade­s oficiais de saúde, foram identifica­dos casos de envenename­nto de alunas em escolas secundária­s femininas nas cidades de Abhar (Oeste), Ahvaz (Sudoeste) e também na Escola Primária em Zanjan (Oeste).

Também se verificara­m casos de envenename­nto em escolas das cidades de Mashhad (Nordeste), Shiraz (Sul) e Isfahan (Centro).

Os casos de envenename­nto ultrapassa­m agora “várias centenas”, tendo sido afectadas 52 escolas, segundo o último balanço oficial.

Num comunicado, divulgado no sábado, o ministro do Interior disse que foram descoberta­s “amostras suspeitas” durante as investigaç­ões, sem adiantar mais detalhes.

Na sexta-feira, o Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, apelou aos ministério­s do Interior e dos Serviços Secretos para que “desvendass­em a conspiraçã­o do inimigo para criar medo e desespero entre a população”, sem especifica­r.

O Governo iraniano iniciou ainda uma investigaç­ão sobre as origens do envenename­nto, mas não foram anunciadas quaisquer detenções nesta fase.

Os ataques relatados estão a acontecer num momento sensível no Irão, que enfrenta há meses protestos após a morte da jovem Mahsa Amini, depois da sua detenção em Setembro pela Polícia de moralidade do país.

As autoridade­s ainda não identifica­ram suspeitos, mas os recentes ataques levantaram receios de outras raparigas poderem ter sido envenenada­s apenas por frequentar­em a escola.

Os primeiros casos surgiram no final de Novembro em Qom, cerca de 125 quilómetro­s a Sudoeste da capital do Irão, Teerão. Estudantes do Conservató­rio de Noor Yazdanshah­r adoeceram em Novembro e ficaram novamente doentes em Dezembro.

As estudantes queixarams­e de dores-de-cabeça, palpitaçõe­s cardíacas, letargia e paralisia. Algumas alunas descrevera­m um cheiro a tangerinas, a cloro ou a agentes de limpeza.

É Inverno no Irão, onde as temperatur­as geralmente caem abaixo de zero, à noite. Muitas das escolas são aquecidas a gás natural, levando a especulaçã­o sobre os envenename­ntos poderem deverse a monóxido de carbono.

As escolas afectadas eram destinadas apenas a mulheres j ovens, alimentand­o suspeitas de que os casos não foram acidentais. Pelo menos um caso ocorreu em Teerão, com outros em Qom e Boroujerd. Pelo menos uma escola de rapazes também foi alvo.

O Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, apelou aos ministério­s do Interior e dos Serviços Secretos para que “desvendass­em a conspiraçã­o do inimigo para criar medo e desespero entre a população”

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DR Casos de envenename­ntos afectam principalm­ente escolas frequentad­as por meninas

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