Jornal de Angola

Músico preocupado com o estado da Kizomba

- Analtino Santos

Falando dos convites para os festivais de Kizomba em vários pontos do mundo, Eduardo Paim disse que “a Kizomba é um fenómeno que continua a cativar gostos das mais variadas partes do mundo e é obvio que sendo eu um pioneiro deste movimento, é muito natural a solicitaçã­o para actuar. Depois da pandemia, as coisas mudaram bastante e desde o ano passado tenho estado na Europa e a tentar, a todo o custo e com todas as minhas forças, dignificar esta causa.”

Apesar destes convites, Eduardo Paim está preocupado com o estado actual da Kizomba. “Quero alertar que tudo na vida aparece num formato e depois adquire outro, porque o trato é diferente nos lugares e eu penso ser extremamen­te positivo este recurso à minha pessoa como forma de preservar aquilo que é realmente a origem da Kizomba. Hoje em dia, no mundo por onde eu passei, ja houve situações onde eu recusei a minha entrada porque se tratava de Kizomba, mas não era aquilo que eu estava a ver, deixando até claro que não teria qualquer problema em aconselhá-los a arranjar um outro nome.”

Paim diz que “o que acontece é que aproveitam a boleia que o grande Kizomba tem e passa como tal, mas isto é mau, porque desinforma mentes que querem acompanhar aquilo que é a realidade. Às vezes a facilidade ao acesso àquilo que não é bem a verdade atrapalha o curso da história, o que da nossa parte reactiva a nossa intervençã­o”, disse. “Neste aspecto é um apelo que fica direcciona­do a todos que estão envolvidos na Kizomba e à própria instituiçã­o cultural nacional, que deve ter uma atitude mais activa. Para esta história que em muitos lugares já vai por maus caminhos, obviamente que a minha posição não poderia ser outra e, como diz o velho ditado, a luta continua e nós vamos vencer”, disse seguro o pioneiro da Kizomba.

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