Jornal de Angola

Desorganiz­ação dos clubes preocupa presidente da FAP

Dionísio Viegas manifestou-se triste pela ausência da Académica de Luanda no jogo da Supertaça João Garcia, que estava marcado para sábado, na cidade do Lobito

- Júlio Gaiano | Lobito

O presidente da Federação Angolana de Patinagem (FAP), Dionísio Viegas, manifestou­se preocupado com a crescente desorganiz­ação administra­tiva e financeira dos clubes nacionais e receia a repercussã­o nos resultados desportivo­s nas competiçõe­s nacionais e internacio­nais.

A ausência da Académica de Luanda na cidade do Lobito, para a disputa do jogo da Supertaça João Garcia, competição que abre a época desportiva 2023, é um dos exemplos flagrantes da situação reinante nas agremiaçõe­s desportiva­s, segundo Viegas.

“Engana-se quem pensa que a falta de organizaçã­o apenas se regista nos clubes de outras províncias. Aliás, mais do que as palavras, as provas são as que acabámos de testemunha­r. Uma equipa de Luanda (referia-se à Académica) não pôde deslocarse ao Lobito para jogar, por alegadas questões financeira­s, o que lamentamos”, precisou.

Dionísio Viegas não adiantou se haverá sanções aos académicos, mas garantiu

que, nos próximos dias, será convocada uma reunião de direcção com a envolvênci­a dos Conselhos Técnicos e de Disciplina da Federação de Patinagem, para avaliar e decidir o caso. A condição financeira e material dos clubes, de igual modo, poderão ser assunto de análise, visto que, a par das condições infraestru­turais (campo) nalgumas províncias, como a do Cuanza-sul, constituem problemas para as equipas.

“Grande parte de clubes enfrenta dificuldad­es para a aquisição de material desportivo, para além de desenvolve­rem as actividade­s (treinos) em campos inapropria­dos à prática do hóquei em patins. O exemplo flagrante foi constatado na província do CuanzaSul, onde não existem campos para a prática da modalidade. Fazem-no em pisos de cimento e perigam a integridad­e física dos atletas”, contou.

Em função da “desistênci­a” da Académica de Luanda, o Conselho Técnico da FAP atribuiu a vitória ao Sagrado Coração de Jesus por 3 a 0. E, para compensar os adeptos presentes, organizou um jogo

entre o Misto de jogadores de equipas locais, em representa­ção do Hóquei Clube do Lobito, e outro de Luanda. A forasteira venceu por 7 a 0.

No final, as reacções dos treinadore­s foram díspares. O professor Toy Adão lamentou a ausência da Académica de Luanda no palco da contenda. “A ideia era jogar a Supertaça. Infelizmen­te, não foi possível por razões que acabámos de testemunha­r. Ainda assim, terá valido apenas o jogo em ritmo de treino, pois serviu para compensar a viagem feita da cidade capital ao Lobito”, contou.

Por sua vez, Walter Fragoso, presidente do Hóquei Clube do Lobito, enalteceu a entrega das duas equipas em campo. Apesar de derrotada, a equipa lobitanga soube dignificar o certame. “Foi um jogo possível. Sabíamos de antemão que o jogo seria disputado entre as equipas de Luanda. O público apareceu em massa para assistir ao espectácul­o. Foi pena não ter acontecido. Mesmo assim, houve um jogo que terminou em festa. É disso que importa, acima de tudo”, sublinhou.

 ?? EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Alguns actos de clara desordem na modalidade inquietam o responsáve­l máximo da federação
EDIÇÕES NOVEMBRO Alguns actos de clara desordem na modalidade inquietam o responsáve­l máximo da federação

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola