NBA África junta crianças no Pavilhão da Cidadela
Programa global de desenvolvimento do basquetebol já beneficiou dezenas de rapazes e meninas angolanas desde a criação em 2003
Mais de 150 crianças, pertencentes aos vários clubes e núcleos da capital, participaram do Clinic da NBA Jr. realizado sábado último, no Pavilhão Gimnodesportivo da Cidadela, promovido pela NBA África, em parceria com a operadora de telefonia móvel Africell.
Técnicos angolanos e daquela organização interagiram com as meninas e rapazes de oito aos 18 anos, orientaram exercícios, passaram conhecimentos de conceitos básicos, num ambiente descontraído.
A colaboração coincide com a visita da Academia NBA África a Luanda, baseada nas anteriores iniciativas, incluindo o Acampamento Basquetebol sem-fronteiras, na sigla em inglês BWB.
A parceria multianual entre a NBA África e a Africell, celebrada em Setembro de 2022, em Luanda, tem como objectivo engajar jovens angolanos a praticar modalidade. O acto foi testemunhado pelo CEO da companhia americana que opera em Angola, Chistopher Lundh e do chefe das operações de basquetebol da NBA África, o burquinabe Franck Traoré.
Em declarações à imprensa, Trauré sublinhou o facto de Angola ser uma nação com tradição de basquetebol, rica em talentos e bem sucedida,
razão pela qual considerou ser um privilégio juntar forças com a NBA e organizar um evento do género.
"Estamos entusiasmados por ter um parceiro como a Africell que partilha a nossa paixão por utilizar o basquetebol como veículo de desenvolvimento juvenil e de criação de mudanças sociais positivas", destacou Franck Traoré.
Presente no evento esteve igualmente, Hélder Cruz "Maneda", ex-presidente da Federação Angolana de Basquetebol (FAB), que foi o mediador da vinda do programa a Angola pela primeira, vez em 2016, referiu que do ponto de vista desportivo a escolha do internacional Aginaldo Neto foi o principal ganho. Hoje, na equipa principal da Academia da NBA África, o base que disputou o Afrobasker de Sub-18, disputado no Madagáscar, o ano passado foi um dos seleccionados entre as 87 crianças, provenientes de 26 países, na altura com 12 anos.
"Do ponto de vista desportivo, Aginaldo Neto foi o principal ganho. Para nós é um orgulho e acreditamos que com essa iniciativa possamos ter mais atletas a esse nível", referiu Maneda.
Ainda sobre ganhos, o antigo líder do órgão reitor da modalidade no país disse
que do ponto de vista académico, muitos rapazes e meninas passaram a dedicar-se mais aos estudos, porquanto uma das exigências da organização é dar oportunidades de jogar apenas aqueles que tenham o melhor aproveitamento escolar.
Por outro lado, defende que sejam promovidas mais actividades do género, que não podemos ficar reféns das iniciativas da NBA. "Que a FAB e seus filiados possam estar mais engajados, porque no final do dia é o basquetebol angolano que sairá vencedor", sublinhou. Segundo ainda Hélder Cruz, existe um calendário que está sob apreciação da Africell e que será revelada a comunicação social atempadamente: "acreditamos que ainda este ano vamos ter outras actividades com a NBA em parceria com a Africell".
Pela NBA já passaram mais de 30 jogadores africanos. O mais famoso deles foi o nigeriano Hakeem Olajuwon, que ao serviço dos Houston Rockets venceu por duas vezes, 1994 e 1995, o campeonato e foi escolhido o MVP da final.
Outro nome que os adeptos da Liga norte-americana de basquetebol não esquece é Dikembe Mutombo, congolês, cuja carreira na NBA se estendeu por 18 temporadas, de 1991 a 2009.