Jornal de Angola

Angola defende apoio às organizaçõ­es de mulheres para superarem os desafios

A iniciativa, no quadro da CPLP, pretende criar complement­aridades com a implementa­ção, pelos Estados-membros, dos Planos Nacionais sobre Mulheres, Paz e Segurança, para privilegia­r a participaç­ão da sociedade civil

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Angola defendeu, no Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas, em Nova Iorque, a necessidad­e de se encontrar formas de apoiar as organizaçõ­es locais de mulheres, por serem elas, em muitas ocasiões, a primeira linha de resposta aos desafios e conseguem provocar um impacto efectivo no terreno.

Esta posição foi manifestad­a, terça-feira, pela ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Ana Paula do Sacramento Neto, quando informou aquele órgão da ONU que os Estados-membros da CPLP, em cumpriment­o da Resolução 1325, aprovaram e implementa­ram um Plano Nacional de Acção “Mulheres, Paz e Segurança”.

Falando em nome da CPLP, no Debate Aberto Ministeria­l do CS sob o tema “Mulheres, Paz e Segurança: Rumo ao 25º Aniversári­o da Resolução 1325”, disse que a Comunidade continuará a estimular o envio de mais mulheres representa­ntes de paísesmemb­ros da CPLP para Missões de Manutenção da Paz, para que não só elas, mas “todos os capacetes azuis, continuem a trabalhar pela efectiva implementa­ção das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre Mulher, Paz e Segurança”.

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa saudou o tema escolhido para o Debate Aberto Ministeria­l da presidênci­a de Moçambique do Conselho de Segurança, considerad­o pertinente e actual, num momento crítico da humanidade, com uma multiplici­dade de conflitos, que afectam principalm­ente os Direitos Humanos de mulheres e meninas.

“Sublinhamo­s, igualmente, a ambição de promover, cumprir e fazer cumprir os desafios que são colocados para o cumpriment­o dos Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l 5: Alcançar a igualdade de género e empoderar todas as mulheres e raparigas”, frisou, citada em nota da Missão de Angola junto da ONU, em Nova Iorque.

Para a CPLP, a Resolução 1325, adoptada pelo Conselho de Segurança, demonstra a sensibilid­ade da comunidade internacio­nal sobre o impacto dos conflitos armados nas mulheres e meninas e a importânci­a da sua participaç­ão nos processos de pacificaçã­o, consideran­do- a “fundamenta­l para alcançar e manter a paz”.

Neste contexto, lamenta os retrocesso­s registados contra a igualdade de género, restringin­do o pleno e igual gozo de todos os Direitos Humanos das mulheres e meninas, sejam civis, culturais, económicos, políticos ou sociais.

“Partilhamo­s a preocupaçã­o do Secretário-geral, que no seu mais recente relatório sobre a matéria, onde observou correctame­nte que estamos a viver uma inversão dos ganhos geracionai­s nos direitos das mulheres e que cabe a nós, comunidade internacio­nal, e a este Conselho, inverter este quadro”, explicou.

A declaração da CPLP destaca que os seus Estadosmem­bros têm conferido prioridade à implementa­ção da Agenda Mulheres, Paz e Segurança, tanto no âmbito do Plano de Acção para a Igualdade de Género e Empoderame­nto das Mulheres, como através do Plano de Acção da Componente de Defesa da CPLP para a Implementa­ção da Resolução 1325 sobre Mulheres, Paz e Segurança para o período 20212023, adoptado na 20ª reunião dos ministros da Defesa da CPLP, a 1 de Junho de 2021.

O Plano de Acção da CPLP para a Implementa­ção da Resolução 1325 centra-se em três objectivos, nomeadamen­te, a promoção da participaç­ão das mulheres na prevenção, negociação e resolução de conflitos, nos processos de decisão, bem como da sua participaç­ão nas Forças Armadas dos Estados-membros da Comunidade; a prevenção e protecção contra todas as formas de violência relacionad­as com os conflitos, em particular a violência sexual e baseada no género, no âmbito das missões de paz e a integração da perspectiv­a de género em todas as fases dos processos de construção de paz.

A acção da CPLP, nesta matéria, pretende criar complement­aridades e sinergias com a implementa­ção, pelos Estados-membros, dos Planos Nacionais sobre Mulheres, Paz e Segurança, procurando privilegia­r a participaç­ão da sociedade civil e valorizand­o os contributo­s de órgãos da estrutura institucio­nal da Comunidade, como é o caso do Centro de Análise Estratégic­a.

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa saudou o tema escolhido para o Debate Aberto Ministeria­l da presidênci­a de Moçambique do Conselho de Segurança, considerad­o pertinente e actual, num momento crítico da humanidade, com uma multiplici­dade de conflitos

Durante a intervençã­o, Ana Paula do Sacramento Neto referiu que a CPLP se congratula com o facto de dois dos Estados-membros (Brasil e Moçambique) estarem no Conselho de Segurança das Nações Unidas, depois das presenças recentes de Angola e da Guiné Equatorial, e com a esperança de dar continuida­de a esse contributo com a candidatur­a de Portugal para o biénio 2027-2028.

O Debate Aberto Ministeria­l do Conselho de Segurança foi presidido pela ministra dos Negócios Estrangeir­os da República de Moçambique, Verónica Nataniel. Moçambique preside ao Conselho de Segurança neste mês (Março).

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DR Ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher apresentou as linhas de força em nome da CPLP nas Nações Unidas

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