Jornal de Angola

Nova Divisão Político-administra­tiva vai criar condições para o cresciment­o

- Armando Sapalo /Dundo

estudantes universitá­rios da Faculdade de Direito da Universida­de Lueji A´nkonde, no Dundo, província da Lunda-norte, e outras instituiçõ­es de ensino superior defendem que a proposta do Executivo sobre a nova Divisão Político-administra­tiva vai promover o cresciment­o e deve ser encarada, também, como ponto de partida para a institucio­nalização das Autarquias Locais.

Em declaraçõe­s aojornal deangola, os entrevista­dos sublinhara­m que, apesar do processo estar já bastante avançado, a julgar pela indicação das localidade­s que vão ser elevadas à categoria de municípios, tem de haver alguma ponderação com vista a realização de nova consulta pública para se analisar todos os critérios a ter em conta.

O coordenado­r do Centro de Investigaç­ão e Assessoria Jurídica (CICAJ) da Faculdade de Direito da Universida­de Lueji A´nkonde, no Dundo, Adelino Chipema, admitiu que a nova Divisão Político-administra­tiva vai contribuir significat­ivamente no aumento e aprox i mação d o s s e r vi ç o s públicos aos cidadãos, mas sublinhou que antes da implementa­ção, a proposta deve ser estudada de modo a se evitar lacunas no futuro.

Além do surgimento de novos municípios, observa que o Executivo e outros actores do poder político no país vão, posteriorm­ente, trabalhar na criação de condições, com vista a implementa­ção das Autarquias, por ser um imperativo constituci­onal.

As obras em curso nos municípios do Cambulo, Caungula e Lôvua, para a construção de complexos administra­tivos autárquico­s, é um sinal de que o Estado está comprometi­do, para, num futuro breve, assegurar a implementa­ção do Poder Local, reconheceu.

Após a entrada em vigor da nova DPA, uma das primeiras medidas a seguir terá a ver com a criação de con

dições legislativ­as, técnicas, humanas e de infra-estruturas para que o Poder Autárquico seja uma realidade, referiu.

Para a Lunda-norte, particular­mente a proposta indica para o surgimento de mais 19 novos municípios, contra os actuais 10. Contudo, o jurista Adelino Chipema afirma que a sensação de que a elevação a muni

cípios das localidade­s escolhidas vai reforçar a presença do poder político, incluindo acesso facilitado aos serviços públicos por parte dos cidadãos, tem de prevalecer com acções práticas.

Com isso, segundo Adelino Chipema, evita-se o risco em defraudar as expectativ­as criadas em torno do assunto com a população, dada a

importânci­a de que se reveste a proposta. Apontou, igualmente, que outra questão que deve constar na abordagem sobre a nova DPA está relacionad­a com os recursos financeiro­s, onde o apelo para o Estado é que sejam definidas condições orçamentai­s, sem prejuízo para qualquer das futuras novas ou antigas unidades territoria­is. O jurista considera que apesar dos critérios estabeleci­dos para a atribuição das verbas a cada um dos municípios, ainda são notórias as assimetria­s entre várias localidade­s, em termos de cresciment­o e desenvolvi­mento económico.

“Precisamos pensar em outras questões, sobretudo evitarmos consequênc­ias económicas, onde independen­temente dos critérios estabeleci­dos pelo Executivo em termos de atribuição do orçamento, notamos que há ainda muitas assimetria­s. Por isso, o Estado deve, com antecedênc­ia, trabalhar na criação de condições financeira­s que não favoreçam umas e prejudique­m outras localidade­s”, defendeu.

Adelino Chipema admite que a nova DPA vai permitir a aproximaçã­o dos serviços públicos aos cidadãos, mas sublinha que, antes da implementa­ção, deve ser estudada de modo a se evitar lacunas no futuro

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BENJAMIM CÂNDIDO |EDIÇÕES NOVEMBRO Jurista Adelino Chipema
 ?? ?? Estudante de Engenharia Cairo Cimeta
Estudante de Engenharia Cairo Cimeta
 ?? ?? Jurista Wilson Mucapola
Jurista Wilson Mucapola
 ?? ?? Jurista Luz Divina Tito
Jurista Luz Divina Tito

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