Jornal de Angola

Banda Maravilha presta hoje “Tributo a Carlos Burity”

- Analtino Santos

“Pensamos fazer este concerto pela nossa relação profission­al e de amizade com Carlos Burity. Penso que nós Banda Maravilha somos o grupo que mais acompanhou o meu amigo, Carlitos do qual temos boas e belas recordaçõe­s, ele estará sempre nos nossos corações”

A Banda Maravilha tem como proposta para hoje um espectácul­o de música ao vivo, “Tributo a Carlos Burity”, no JS 2 no Patriota, com abertura das portas as 19h00 e início do concerto uma hora e meia depois.

Os art i s t as Realtino Burity, Jojó Gouveia e Chita são os convidados para interpreta­rem temas daquele que eternizou músicas como: “Manazinha”, “Tonakaxi”, “Ilha de Luanda”, “Nzumby Dya Papá ” , “Lolito”, “Canção Nostalgia” e outras que o consagrara­m como um dos maiores cultores do semba.

Marito Furtado falou das razões deste tributo, depois da actuação de quinta-feira no Restaurant­e 2Ces: “Pensamos fazer este concerto pela nossa relação profission­al e de amizade com Carlos Burity. Penso que nós, Banda Maravilha, somos o grupo que mais acompanhou o meu amigo, Carlitos do qual temos boas e belas recordaçõe­s, ele estará sempre nos nossos corações”. Quanto à escolha dos convidados disse que “optamos por chamar Realtino, cantor e irmão de Carlos Burity, Chita que é um bom intérprete e Jojó Gouveia uma voz jovem”.

A Banda Maravilha fez o suporte instrument­al dos dois últimos concertos de Carlos Burity, reportados pelo Jornal de Angola, no Palco do Semba e nos Duetos da Avenida. No dia 1 de Março de 2020, no Jango da União dos Escritores Angolanos, no Palco do Semba, onde foi notória a cumplicida­de existente entre Carlos Burity e a Banda Maravilha.

O concerto aconteceu numa tarde de domingo e Burity foi homenagead­o, pela produção do Palco do Semba, com um certificad­o de reconhecim­ento pelo contributo em prol da música e da cultura angolanas. Na altura a organizaçã­o enfatizou o seguinte: “Carlos Burity é um artista transversa­l e dos mais conceituad­os intérprete­s do semba, com sucessos que transcende­m gerações e uma obra que não deixa indiferent­es os amantes da nossa música”.

Outro momento que Jornaldean­gola reportou foi na Casa 70, a 14 de Dezembro de 2019, no projecto Duetos N’avenida, onde partilhou o palco com Patrícia Faria e Gersy Pegado. Nesta noite, recebeu um tributo da UNAC-SA e as duas cantoras trataram-na carinhosam­ente como sendo o “Senhor Semba”, numa viagem musical pelas várias fases da carreira onde a de intervençã­o não ficou de fora em “Liberdade África”.

Na ocasião, Carlos Burity, Gersy Pegado e Patrícia Faria agitaram a audiência em temas como “Jingonça”, “Ondjala yeya”, “Minga”, “Mukajiami”, “Tonacaxi” e outras canções bem ritmadas. Os “toques” de Burity massembara­m as senhoras. As baladas também estiveram em alta: “Nzumbi dya Papá”, “Lamento do contratado” e “Monami ya jienda”.

Um outro momento que o Jornal de Angola reportou aconteceu no Centro Recreativo e Cultural Kilamba, naquela que foi a última passagem pelo Muzonguê da Tradição a 28 de Julho de 2019, onde Carlos Burity brilhou na companhia de Samangwana, Augusto Chacaya e Suzanito.

Foi um Carlos Burity alegre e com muita vivacidade que surpreende­u a plateia com a interpreta­ção, num primeiro momento, de temas da sua época da canção revolucion­aria. Foi assim que “Caminhar África”, “Liberdade de África” e “Inveja” transporta­ram os entusiasta­s mais velhos para os primeiros anos da República Popular de Angola. Para uma outra geração, Burity “acenou” com “Tia Joaquina” e os sucessos que ergueram o semba para um patamar mais alto. “Malalanza”, que nos últimos anos passou a ser o tema de fecho dos seus concertos, lançou, no bom sentido, a “confusão” no recinto do Kilamba.

Carlos Fernandes Burity Gaspar n a s c e u 1 8 d e Novembro de 1952 e morreu no dia 12 de Agosto de 2020, na sua cidade natal, Luanda. A carreira artística iniciou em 1968. Carlos Burity venceu o Prémio Nacional de Cultura e Artes, em 2009. Foi dos mais conceituad­os intérprete­s do semba, com sucessos que atravessam gerações e di s c os c om grande impacto na nossa cena musical.

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