Inoperância da Federação causa desistência de atletas
A inoperância da Federação Angolana de Boxe, resultante de quezílias internas, causou as desistências de pugilistas do Sporting Clube do Lubango, com maior impacto no sector feminino. A falta de competições nacionais ditou o abandono da prática desportiva.
Em declarações ao Jornal deangola, o presidente da direcção da agremiação, Rui Telles, assegurou “ser difícil para um atleta que treina durante um ano e não competir”.
“Essas quezílias estão a causar as desistências dos praticantes e, hoje, temos poucas mulheres no clube. Ficaram apenas quatro ou cinco meninas, que se revezam nos dias de treinos. Duas ou mais vêm num dia, mas noutros já não aparecem, porque os pais não lhes permitem”, explicou.
Para Rui Telles, a desorganização das instituições desportivas tem implicações no fomento e no desenvolvimento do boxe.
“Se houvesse lealdade e comprometimento das pessoas, as competições provinciais e nacionais teriam a regularidade exigida e muitas atletas permaneciam na nossa modalidade. Hoje, o boxe feminino atingiu performances satisfatórias no mundo, em especial na classe amadora”, disse.
Sem citar o local e a data, o presidente disse ter assistido a um combate amador e o desempenho técnico e competitivo levou-o a pensar: “Se essas mulheres começarem a competir com os homens, poderá haver surpresas”.
Além do boxe, o dirigente disse que as mulheres estão a melhorar em desportos de combate como MMA.
“O sector feminino do boxe i nternacional melhorou muito, à semelhança das Artes Marciais Mistas (MMA). As mulheres atingiram grandes qualidades”, reiterou.
Para que as “senhoras” angolanas atinjam níveis competitivos de outras latitudes mundiais, Rui Telles apela ao fim de “problemas internos”: “Não levam a lado nenhum e estamos a afundar cada vez mais”.
O Sporting Clube do Lubango congrega 20 pugilistas, dos quais 16 homens.