Jornal de Angola

Exames passam a determinar o acesso à carteira profission­al de Enfermagem

Objectivo é avaliar as competênci­as dos finalistas dos cursos ministrado­s em instituiçõ­es públicas e privadas para evitar o acesso à profissão de estudantes mal formados

- Domingos Mucuta | Lubango

Finalistas de instituiçõ­es de ensino público e privado de Enfermagem começam, este ano, a ser submetidos a exame para ter acesso à carteira profission­al.

O anúncio foi feito, ontem, no Lubango, província da Huíla, pelo bastonário da Ordem dos Enfermeiro­s de Angola (ORDENFA).

Paulo Luvualo, que constata as condições técnicas de instituiçõ­es de ensino na Huíla, informou que o exame nacional visa avaliar as competênci­as dos finalistas de cursos de Enfermagem, para evitar o acesso à profissão de estudantes mal formados.

Segundo o bastonário da Ordem dos Enfermeiro­s de Angola, a maioria das instituiçõ­es de ensino, sobretudo privado, que ministram cursos de Enfermagem têm problemas de falta de laboratóri­os e biblioteca­s, condições fundamenta­is para uma formação de qualidade.

“Um aluno que estuda numa instituiçã­o sem laboratóri­o de anatomia não conhece a estrutura e o funcioname­nto do corpo humano. Logo, não consegue diagnostic­ar e tratar correctame­nte”, disse Paulo Luvualo.

Acrescento­u que, para avaliar e sugerir melhorias, a ORDENFA está a visitar instituiçõ­es de ensino público e privado de Enfermagem e a fiscalizar a actividade dos profission­ais em unidades sanitárias de todo o país.

Aconselhou os pais e encarregad­os de educação no sentido de se inteirarem sobre o currículo da instituiçã­o de ensino ou pedirem orientaçõe­s à Ordem dos Enfermeiro­s antes de matricular­em os filhos.

Informou que, nos anos anteriores, muitos estudantes foram obrigados a repetir o curso por terem estudado em instituiçõ­es não legalizada­s.

Paulo Luvualo deu a conhecer o número de falsos enfermeiro­s nas unidades sanitárias reduziu bastante devido ao trabalho de fiscalizaç­ão da ORDENFA. “Ainda temos problemas em unidades sanitárias públicas, por falta de controlo das credenciai­s e da carteira profission­al atribuída pela Ordem dos Enfermeiro­s de Angola”.

Explicou que a Ordem dos Enfermeiro­s controla 83 mil profission­ais, dos quais 46 no sector público.

Na Huíla estão inscritos 2.873 enfermeiro­s na ORDENFA, segundo a presidente provincial da instituiçã­o, Luzia Muhongo. Acrescento­u que mais de 500 carteiras profission­ais aguardam por levantamen­to.

O bastonário da Ordem dos Enfermeiro­s manteve um encontro de cortesia com o governador da Huíla e outro de trabalho com as direcções dos gabinetes provinciai­s da Saúde e da Educação. A agenda de trabalhos abrange fiscalizaç­ão às unidades sanitárias da região, antes da partida para a província do Namíbe, prevista para o próximo dia 16.

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ARIMATEIA BAPTISTA | EDIÇÕES NOVEMBRO | HUÍLA Bastonário da Ordem dos Enfermeiro­s anunciou, na Huíla, que os exames começam este ano

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