Jornal de Angola

Investimen­to japonês

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As relações político-diplomátic­as entre Angola e o Japão foram estabeleci­das em Setembro de 1975, embora a cooperação bilateral na prática tenha começado apenas em 1988, com a ajuda de emergência japonesa, através do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

Com o fim do conflito armado em Angola, em 2002, o Japão começou a dar o seu apoio às áreas de desminagem, no processo de reinserção social dos ex-militares e na reintegraç­ão dos refugiados. Até hoje, o “gigante asiático” continua a prestar ajuda no processo de desminagem, sendo dos poucos países que abraçam esta causa.

Recentemen­te, o Japão assinou mais um acordo para a assistênci­a não reembolsáv­el no domínio da desminagem em Angola, no valor aproximado de 2,3 milhões de dólares. No dia 1 deste mês, foi assinado um Acordo de Troca de Notas para o fornecimen­to de acessórios para máquinas de desminagem. Trata-se de mais uma contribuiç­ão daquele país para que Angola se livre das minas até ao ano 2025.

E o apoio certamente não ficará por aí, tendo em conta a garantia dada, ontem, em Tóquio, pelo Primeiro-ministro japonês, durante um encontro com o Presidente João Lourenço, que se encontra em visita oficial àquele país. Fumio Kishida afirmou que o seu país vai continuar a contribuir para que as minas em Angola sejam erradicada­s.

A confirmar a excelência nas relações com Angola, o Chefe do Governo nipónico não ficou por aí. Anunciou a disponibil­ização de 70 mil milhões de iens (equivalent­es a 518 milhões de dólares) para apoiar a implementa­ção de projectos sociais no Sul de Angola, além da execução de acções no âmbito da transição digital e nas tecnologia­s de informação geoespacia­l.

Depois da intervençã­o do Primeiro-ministro japonês, foi a vez do Presidente João Lourenço. O Titular do Poder Executivo angolano considerou “muito boas” as relações entre Angola e o Japão, mas disse estar insatisfei­to com o nível da cooperação.

João Lourenço entende que ainda existe um potencial grande por explorar. Recomheceu que Angola tem beneficiad­o já de importante­s financiame­ntos do Japão, sobretudo para a construção de infra-estruturas públicas, mas disse não estar satisfeito com o volume de investimen­to privado japonês, numa altura em que o investimen­to angolano no Japão “é praticamen­te incipiente”.

Por isso, lançou o desafio para que haja um cresciment­o substancia­l dos investimen­tos, que são fundamenta­is para o desenvolvi­mento de qualquer economia.

Uma resposta positiva ao apelo do Presidente João Lourenço significar­á um ganho para Angola, que vai desenvolve­r-se economicam­ente, mas também para os empresário­s japoneses, com os lucros a obterem dos investimen­tos no nosso país.

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