Jornal de Angola

Militares norte-americanos orientam exercícios com 29 países africanos

Numa altura em que a violência extremista na região do Sahel, África Ocidental, se espalha para o sul em direcção aos Estados costeiros, especialis­tas dos Estados Unidos lançaram uma acção formativa para ajudar os exércitos africanos a conter a ameaça jih

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Soldados de vários países africanos estão a ser treinados em tácticas de contra-insurgênci­a, desde ontem, como parte do exercício anual liderado pelos EUA e conhecido como “Flintlock”. As acções decorrem no Ghana e na Costa do Marfim, para fazer frente à crescente violência jihadista ligada à Al-qaeda e ao grupo Estado Islâmico, que matou milhares e deslocou milhões de pessoas, mergulhand­o em vários países em crises profundas.

Embora a maior parte da actividade extremista esteja concentrad­a na região do Sahel, interior da África Ocidental, no Mali, Burkina Faso e Níger, a violência está a espalhar-se rapidament­e para estados costeiros como o Ghana, que está experiment­tar um aumento dos ataques de grupos não identifica­dos, que poderiam ter ligações com jihadistas. O Norte do Ghana teve apenas um incidente violento ligado a um grupo armado não identifica­do em 2021, mas esse número aumentou drasticame­nte para 19 em 2022, de acordo com o Projecto de Dados de Localizaçã­o e Eventos de Conflitos Armados.

O “Flintlock” deste ano, um evento que vai durar duas semanas, está a ocorrer num momento de crescente sentimento anti-francês na África Ocidental. Mali e Burkina Faso encerraram a sua cooperação militar com a França, queixando-se de que a presença militar francesa ao longo de vários anos fez pouco para conter o cresciment­o da violência jihadista. As juntas militares que governam os dois países estão agora a receber apoio militar da Rússia, e o Mali também está a trabalhar com o grupo o Grupo Wagner.

Os EUA dizem que querer ajudar os países africanos a conter a ameaça extremista antes que ela se espalhe ainda mais pela região. Embora os EUA não estejam expandir o número de soldados na África Ocidental, as forças de operações especiais norte-americanas continuarã­o a realizar treinos conjuntos com parceiros com base nas suas necessidad­es e solicitaçõ­es, disse recentemen­te um oficial daquelepa´si.

Pela primeira vez na história do “Flintlock”, há um local dedicado ao treino marítimo, onde as forças militares praticam busca e apreensão e outras tácticas, a fim de evitar a crescente ameaça de pirataria no Golfo da Guiné. Autoridade­s militares ghanenses dizem temer que os jihadistas, em breve, trabalhem com os piratas para tornar as águas inseguras, o que l i mitaria a actividade económica dos países costeiros. "Já sabemos que eles têm a intenção de se conectar com a pirataria e melhorar as operações", disse o coronel William Nortey, do exército do Ghana, citado pela Reuters.. "Isso seria um divisor de águas para os estados lcosteiros, então precisamos evitar isso a todo custo", disse.

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DR Forças africanas desenvolve­m capacidade­s operaciona­is para travar grupos como Al Qaeda

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