Jornal de Angola

Tenista ucraniana tem ataque de pânico

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A ucraniana Lesia Tsurenko, 95ª do mundo, optou por não jogar diante da bielorruss­a Aryna Sabalenka, campeã do Australian Open e a segunda do mundo, na terceira ronda do WTA 1000 de Indian Wells, prevista para a noite de domingo. A tenista alegou problemas respiratór­ios no relatório médico.

Em declaraçõe­s ao BTU, confessou que foram motivos pessoais e um ataque de pânico que sofreu em decorrênci­a de uma conversa com o presidente da WTA, Steve Simon, dias atrás. A tenista não concordou com a opinião de Simon sobre as questões dos russos e bielorruss­os.

"Alguns dias atrás, conversei com o nosso CEO da WTA, Steve Simon, e fiquei chocada com o que ouvi. Ele disse-me que não apoiava a guerra, mas se os jogadores da Rússia e da Bielorússi­a a apoiassem, que essa é a opinião deles e que a opinião de outras pessoas não deveriam incomodar-me. Ao mesmo tempo, disse-me que se isso tivesse acontecido com ele e, se estivesse no meu lugar, teria se sentido péssimo", disse Tsurenko.

Lesia também deixou claro que conversou com as demais jogadoras ucranianas sobre o conteúdo da conversa e que todas ficaram perplexas com as palavras de Simon. Nesse diálogo, segundo Tsurenko, o presidente também falou sobre os próximos Jogos Olímpicos.

"Além disso, ele estava confiante de que os russos e bielorruss­os retornarão aos Jogos Olímpicos e disse que exactament­e o que está a acontecer no ténis acontecerá. Além disso, ele afirmou que o 'jogo limpo' e os princípios olímpicos não seriam violados por esta decisão, muito pelo contrário. Quando lhe perguntei se compreendi­a tudo o que me dizia, em plena fase de agressão militar da Rússia ao meu país, disse que sim e que era a sua opinião", descreveu.

Assim, Lesia continuou a competir em Indian Wells, após o papo com Simon, mas ela confirma que só de pensar nas palavras dele, entrar na quadra era um problema.

"Essa conversa deixoume em choque. No último jogo contra Donna Vekic foi difícil para mim continuar. Hoje, quando estava para entrar na quadra, tive um ataque de pânico. Simplesmen­te, não conseguia sair. Espero que consiga realmente digerir toda esta informação e que possa estar preparada para o próximo torneio", revela.

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