Jornal de Angola

Angola e UNESCO avaliam preparativ­os para a 3ª edição da Bienal de Luanda

- César Esteves

A ministra de Estado para a Área Social, Dalva Ringote, recebeu, ontem, na sala de reuniões do ex-centro de Documentaç­ão e Informação, na Cidade Alta, o director regional para a África Central da UNESCO, Paul Raymond Coustere, com quem abordou as condições e o plano de trabalho referentes à 3ª edição do Fórum Pan-africano para a Cultura da Paz em África "Bienal de Luanda", que o país vai albergar de 12 a 14 de Outubro deste ano.

Durante o encontro, as partes reviram os termos do acordo entre o Governo de Angola e a UNESCO, no que diz respeito à organizaçã­o e realização da 3ª edição da Bienal de Luanda, o modelo institucio­nal de governação do evento, o projecto de formação "doutoral" em engenharia, ciência e inovação, além das actividade­s paralelas que serão desenvolvi­das na véspera da realização da Bienal, como o Festival Internacio­nal do Kongo edição 2023, também conhecido de Festikongo.

À saída da audiência, Raymond Coustere avançou à imprensa que o encontro permitiu passar em revista o estado dos preparativ­os da Bienal de Luanda edição 2023, que se vai subordinar ao lema “Educação, Cultura de Paz e Cidadania como Ferramenta­s Para o Desenvolvi­mento Sustentáve­l do Continente”.

“Os prazos já começam a ficar apertados", realçou o diplomata, para quem esta é a primeira das várias reuniões a serem realizadas no quadro dos preparativ­os da Bienal.

Paul Raymond Coustere ressaltou que vai aproveitar a sua presença em Angola

para manter encontros de trabalho com outros parceiros essenciais na cadeia de desenvolvi­mento e cooperação entre Angola e UNESCO.

"Já tivemos reuniões com o Ministério da Educação e, hoje, vamos estar com outros ministério­s, com vista ao reforço de outros projectos e programas", frisou.

O Fórum Pan-africano para a Cultura da Paz em África, mais conhecido por Bienal de Luanda, foi instituído pela decisão nº 558/XXIV e adoptado durante a 24ª Sessão da Assembleia de Chefes de Estado e de Governo da União Africana, que orientou o Governo de Angola a materializ­á-lo em concertaçã­o com a UNESCO e a União Africana.

A Bienal de Luanda é uma plataforma de discussão e concertaçã­o transfront­eiriça, que tem como objectivo promover as acções que contribuam para o fortalecim­ento

do movimento Pan-africano e a manutenção de uma cultura de paz e não-violência no continente e no mundo, ancorados nas aspirações da União Africana, isto é, no compromiss­o de garantir uma África integrada, pacífica e próspera, em que os seus filhos assumam uma posição solidária nos processos de transforma­ção económica e social em curso.

4ª edição da Bienal

Além da 3ª edição, o país vai acolher, também, a 4ª edição da Bienal da Paz e do Fórum Pan-africano para a Cultura da Paz em África, prevista para 2025, igualmente em articulaçã­o com a UNESCO e a União Africana.

De modo a permitir o início dos preparativ­os destes eventos, o Presidente da República, João Lourenço, exarou, no ano passado, um Despacho por via do qual

actualiza a Comissão Multissect­orial encarregue de preparar as condições para a realização dos mesmos. O interesse para a activação do ciclo de preparação da terceira edição do Fórum Pan-africano para a Cultura de Paz em África, em Luanda, aconteceu em Addis Abeba, Etiópia, durante um encontro entre o então embaixador de Angola naquele país e representa­nte permanente junto da União Africana (UA) e da Comissão Económica das Nações Unidas para África (CEA), Francisco da Cruz, e a directora do Escritório da UNESCO junto da União Africana, Rita Bissoonaut­h.

Na ocasião, Bissoonaut­h salientou que a Organizaçã­o augura que a III Bienal de Luanda tenha como um dos principais temas a Educação, por ser um importante pilar para o desenvolvi­mento da Humanidade.

A segunda edição da Bienal da Paz e do Fórum PanAfrican­o para a Cultura da Paz em África de Luanda ocorreu em Novembro de 2021, de forma híbrida, sob o lema "Artes, cultura e património: alavancas para construir a África que queremos”.

Ao intervir no acto, que contou com a presença de vários Chefes de Estado, o Presidente da República destacou que a Bienal de Luanda transformo­u-se numa aliança de parceiros, onde se congregam Governos, agências das Nações Unidas, União Africana, União Europeia, membros da organizaçã­o dos Estados da África, Caraíbas e Pacífico, universida­des e Organizaçõ­es NãoGoverna­mentais.

O Chefe de Estado, que ostenta, neste momento, o título de "Campeão para a Reconcilia­ção e Paz em África”, atribuído pela União Africana, como reconhecim­ento do seu engajament­o para a pacificaçã­o no continente, referiu que essas instituiçõ­es se associam num esforço comum de promoção da paz, tendo na cultura o seu principal suporte para a realização dos objectivos que traçou, pois trata-se de uma vertente que ajuda a construir pontes entre povos e nações, pela linguagem de entendimen­to fácil que nos proporcion­a a todos.

Além da 3ª edição, o país vai acolher, também, a 4ª edição da Bienal da Paz e do Fórum PanAfrican­o para a Cultura da Paz em África, prevista para 2025, igualmente em articulaçã­o com a UNESCO e a União Africana

O Presidente acrescento­u que, com base nos seus valores culturais próprios, através da música, teatro, dança, artes, desporto e outras manifestaç­ões culturais, os povos estabelece­m, entre si, um diálogo inter-geracional e intercultu­ral ao nível das nações, o que, como sublinhou, cria um espaço de convivênci­a, compreensã­o e de entendimen­to entre todos, além de consagrar a importânci­a da preservaçã­o da concórdia, amizade e o respeito pelas diferenças.

"Somos um continente com uma vasta população jovem e com uma ampla e diversific­ada riqueza cultural, onde o traço de união singular consubstan­cia-se na nossa forma alegre de viver e de estarmos juntos, sempre em sã convivênci­a”, ressaltou, naquela ocasião, o Chefe de Estado.

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministra de Estado para Área Social, Dalva Ringote, recebeu o director da UNESCO para África Central, Raymond Coustere

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