País deve apostar num novo modelo educacional
O professor universitário afirmou que Angola já teve um dos melhores sistemas de ensino de África, mas lamentou o facto de, nos dias que correm, de forma geral, a formação ser deficitária.
Realçou que o país tinha um modelo concreto para seguir à risca, que era o português, mas as coisas boas do ensino foramse perdendo com o tempo.
“E, hoje, não temos um Modelo Educacional nem na Saúde e tampouco nas outras áreas. As escolas de Saúde, apesar de muitas, trabalham de forma diferenciada. Por isso, considero que, de todos os países que conheço, Angola é o lugar mais fácil para se estudar Medicina, porque há pouco rigor”.
O especialista salientou que, para se ter um Sistema de Saúde Pública funcional, se deve levar em conta a formação dos profissionais do sector e, neste quesito, o país está mal, principalmente no que concerne à especialização em Enfermagem Pediátrica, daí a taxa de mortalidade infantil ser uma das mais altas do mundo.
Acácio Samuel Silas referiu que existem várias Universidades no país, mas nenhuma tem o curso de especialização em Enfermagem Pediátrica. Essa situação leva com que os que trabalham nos hospitais pediátricos aprendam tudo nessas unidades, por falta de formação académica nesta área, numa altura em que os enfermeiros são o maior suporte a nível dos estabelecimentos clínicos.
Em relação à especialização em Saúde Pública, disse que o país tem vários quadros formados nesta área, mas, infelizmente, não actuam nela, por ficarem mais tempo nos gabinetes ou em outras funções, quando na verdade deviam ir às comunidades ver os problemas e apresentá-los a quem traça as Políticas Públicas de Saúde para o combate das patologias.