Jornal de Angola

Justiça questiona actuação da Polícia

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da Justiça da República da Guiné exigiu, ontem, explicaçõe­s para a detenção de dois activistas da sociedade civil, susceptíve­l de pôr em causa uma tentativa de reatar o diálogo interrompi­do entre a oposição e a junta no poder. Segundo a Reuters, o Ministério da Justiça sugere em nota de imprensa que os gendarmes prenderam os dois homens fora dos procedimen­tos.

Abdoul Sacko e Ismaël Diallo foram presos no sábado por motivos não revelados e depois libertados. Ambos fazem parte de organizaçõ­es que pedem um retorno rápido dos civis ao comando deste país governado por militares desde Setembro de 2021.

Os militares concordara­m sob pressão da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) em ceder lugar aos civis eleitos até ao final de 2024, época para realizar reformas profundas, dizem eles.

Abdoul Sacko, em particular, é uma figura conhecida, membro das “Forças Vivas”, uma coligação dos principais partidos, sindicatos e organizaçõ­es de oposição à junta. A oposição que acusa a junta de confiscar o poder e silenciar quaisquer vozes dissidente­s por meio de prisões de personalid­ades e inquéritos judiciais exigiu um verdadeiro dialógo.

Abdoul Sacko e Ismaël Diallo foram presos quando a junta e a oposição pareciam estar a tentar o regresso ao diálogo. As “Forças vivas” acabam de adiar uma manifestaç­ão contra junta para, dizem, dar oportunida­de à mediação das autoridade­s religiosas. Num país acostumado à violência política, um dia anterior de mobilizaçã­o em meados de Fevereiro levou a confrontos que deixaram três mortos. A junta ameaçou banir os principais partidos, que já estão praticamen­te inactivos.

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