Pescadores artesanais orientados a preservar a fauna marinha
Governante considera necessário o reforço da sensibilização dos pescadores artesanais para desencorajar o exercício desordenado da actividade, ao ponto de prejudicar a fauna marítima
e Recursos Marinhos, Camen Sacramento Neto, defendeu, ontem, na Barra do Dande, Bengo, o reforço da aposta na formação e sensibilização dos pescadores artesanais para desencorajar a pesca desordenada e prejudicial para a fauna marítima.
Carmen Sacramento Neto, que falava no Centro Regional de Fiscalização Pesqueira, no final de uma visita de constatação aos Centos de Apoio à Pesca Artesanal do Yembe, comuna do Tabi, no município do Ambriz, e do município da Barra do Dande, manifestou-se preocupada com a prática da pesca da banda-banda utilizada, normalmente, pela maioria dos pescadores artesanais, prejudicando a fauna marinha.
A governante deixou orientações precisas no sentido de redobrar a fiscalização, aposta na formação e na sensibilização dos pescadores sobre as boas práticas de pesca e de incentivo à sua organização em cooperativas.
Por outro lado, a dirigente está, também, preocupada com a exiguidade de fiscais e meios suficientes e necessários para a fiscalização desta actividade em todo o país, tanto no mar como nos rios.
“Estamos a trabalhar para melhorar o que está a ser feito, aumentar o número de fiscais e meios para o exercício da actividade pesqueira tanto marinha como fluvial. Não estamos de acordo com realização da pesca banda-banda ou pesca de arrastões que dão cabo da fauna marítima”, deplorou a governante.
A ministra fez saber que existem em todo o país 19 centros de apoio a esta actividade, porém, têm falta de meios para cumprirem o propósito para o qual foram investidos.
Os centros de apoio à
pesca artesanal foram concebidos para ajudar directamente as comunidades piscatórias e outras que se dedicam à venda de pescado para sobrevivência, desde a captura, tratamento, secagem ou conservação, até à comercialização.
Gestão fraca
Mas, estes objectivos não estão a ser cumpridos de forma cabal pelos centros, que apesar de terem as condições técnicas, são prejudicados, na maior dos casos, pela fraca gestão.
A t í t ulo de exemplo a ministra disse que o centro do Yembe, que custou dois milhões de dólares aos cofres
do Estado, incluindo a construção e o apetrechamento, com objectivo de ajudar 500 famílias esteja, hoje, aquém destas expectativas por falta de uma boa gestão.
Os dois centros visitados, ontem, pela ministra, têm problemas de gestão, como no caso do caso da Barra do Dande, onde o local está a ser disputado entre a Direcção das Pescas e o colectivo das cooperativas, defendendo um diálogo sério para se encontrarem soluções que beneficiem ambas as partes e sirvam as comunidades.
O próprio Centro Regional de Fiscalização Pesqueira carece, também, de pessoal
e só tem um único meio para realizar a sua actividade, o que é insuficiente.
A ministra disse que existem no país 19 centros de apoio à Pesca Artesanal e todos carecem de meios para a fiscalização da actividade pesqueira, além de problemas relacionados com a gestão.
“Os centros de apoio às actividades pesqueiras foram conc ebidos para apo i a r o s pescadores, mas notamos que não estão a ser utilizados como deveriam, por problemas de gestão. Por isso, defendemos diálogo com as cooperativas no sentido de se encontrar soluções para estes problemas”, disse a ministra.
Carmen Sacramento Neto disse que Zaire e Bengo têm uma linha costeira transformada em locais de pesca, propondo que seja melhorado o trabalho que está a ser levado a cabo no sector das pescas tanto marítima como fluvial.
A comunidade do Yembe está estimada em 700 pessoas, todos dedicadas à actividade da pesca artesanal e filiados em quatro cooperativas, contando com sete embarcações.
A comunidade beneficia da ajuda do para a conservação do pescado que capturam, vendido a mil kwanzas o quilo.
O Centro de Apoio à Pesca Artesanal do Yembe, primeira paragem da visita da ministra, funciona com duas câmaras para a conservação e venda de pescado, tem um gerador auxiliado por painéis solares e conta com quatro cooperativas, uma máquina de trat a mento d e r e s í d u o s e produção de farinha de peixe, uma fábrica de gelo, bem como uma oficina para a reparação de barcos e motores.
O Centro de Apoio à Pesca Artesanal da Barra do Dande conta com 20 cooperativas de pescadores, porém, a débil gestão própria está a dificultar toda a acção.
Durante a visita, a ministra esteve, também, no Centro Regional de Fiscalização Pesqueira que funciona desde o ano de 2016 na Barra do Dande e na Praia do Sarico, no Panguila, conhecida, também como “cemitério de barcos”.