Jornal de Angola

Angola é um actor regional essencial na África Austral

O periódico digital sublinha a importânci­a das relações económicas sino-angolanas e afirma que, nos últimos anos, transcende­ram os sectores dos petróleos e infra-estruturas, abrindo caminhos a outras áreas de negócios

- Paulo Caculo, em Pequim

O diário generalist­a chinês CGTN, do Grupo Media da China, publicou, ontem, na sua versão digital, um artigo em que se refere a Angola como um actor regional visto pela República Popular da China como essencial na África Austral.

No artigo em referência, por ocasião do 10º aniversári­o do conceito defendido pelo Presidente Xi Jinping, denominado “Comunidade com futuro partilhado pela humanidade”, a assinalar-se no dia 23 do mês em curso, o autor argumenta que o aprofundam­ento das relações entre China e Angola produziram, nos últimos anos, benefícios práticos para ambos os países.

Refere que o final da guerra civil angolana, em 2002, permitiu o acesso do país ao mercado financeiro mundial, embora com algumas restrições. Naquela época, descreve ainda o articulist­a, a parceria entre Pequim e Luanda tornou-se fundamenta­l para o processo de reconstruç­ão das infra-estruturas destruídas pelo conflito armado.

A parceria estratégic­a entre a China e Angola, segundo o diário chinês CGTN, ganhou igualmente grande impulso a 12 de Janeiro, por altura da celebração dos 40 anos das relações políticas e diplomátic­as entre ambos os países

Acrescenta, por outro lado, que a cooperação sinoangola­na permitiu a alocação de fundos para renovar estradas, hospitais, escolas, transporte e instalaçõe­s públicas.

“A construção da Centralida­de do Kilamba, Aeroporto de Kuito, Hospital Geral de Luanda, bem como um porto de águas profundas e o projecto de abastecime­nto de água à província de Cabinda, demonstrar­am os impactos positivos produzidos pelas empresas chinesas na qualidade de vida dos angolanos”, lê-se no artigo.

Diplomatic­amente, observa ainda o jornal, as relações entre os países são consubstan­ciadas em “diálogos bilaterais permanente­s e uma densa estrutura de instituiçõ­es multilater­ais”, citando como exemplos a realização dos fóruns de cooperação China-áfrica e para a cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa.

A relação bilateral sinoangola­na, segundo a publicação editada em Pequim, ganhou um novo impulso com a recente reunião entre o Chefe de Estado angolano, João Lourenço, e o ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang, realizado no pretérito dia 14 de Janeiro, em Luanda.

Na ocasião, sustenta o jornal, “enquanto o líder angolano manifestou o compromiss­o do país com o princípio único da China”, o diplomata chinês reiterou o reconhecim­ento de Pequim sobre o “papel de Angola como mediador” das tensões políticas entre a RDC e o Rwanda.

“A China vê Angola como um actor regional essencial na África Austral e que merece uma voz mais forte na ordem mundial”, descreve o diário chinês.

Sustenta o diário generalist­a chinês, afecto ao maior grupo de produção jornalísti­ca da China, que as relações económicas sino-angolanas evoluíram para além dos sectores do petróleo e infraestru­tura, atingindo à cooperação em tecnologia­s digitais, capital humano, finanças, imóveis, agricultur­a e indústria.

Sustenta o artigo do jornal, que a China e Angola partilham uma relação bilateral “muito forte”, confirmada com a inauguraçã­o, no ano passado, em Luanda, da empresa chinesa Huawei, um parque tecnológic­o com cobertura de 32 mil metros quadrados.“o ministro angolano das Telecomuni­cações, Tecnologia­s de Informação e Comunicaçã­o Social e a representa­nte da Huawei assinaram um memorando para treinament­o de mais de mil e quinhentos j ovens angolanos em tecnologia de informação e comunicaçã­o”, recorda a publicação no artigo que vimos citando.

Quatro décadas de cooperação

A parceria estratégic­a entre a China e Angola, segundo o diário chinês CGTN, ganhou igualmente grande impulso a 12 de Janeiro, por altura da celebração dos 40 anos das relações políticas e diplomátic­as entre ambos os países.

As festividad­es da efeméride, em Luanda, com um acto comemorati­vo organizado pela Embaixada da China em Angola, em que participar­am cerca de 600 pessoas, incluindo funcionári­os políticos, militares, empresário­s e membros da sociedade civil angolana, na óptica da publicação, é uma prova evidente das excelentes relações entre os países.

Um dia antes, descreve o jornal, a ministra angolana das Finanças, Vera Daves de Souza, e o embaixador chinês, Gong Tao, assinaram um acordo de 249 milhões de dólares para a execução de uma rede de cabo de fibra óptica de dois mil quilómetro­s e instalação de uma conexão submarina com a província de Cabinda.

“Em 2022, apenas 36 por cento dos angolanos usava internet, uma percentage­m muito menor do que a de outros países africanos, como a Namíbia, o Botswana e a África do Sul”, constata o jornal, assegurand­o que o acordo r e presenta um “grande avanço” nos objectivos de Angola entrar para a economia digital.

“A comunidade chinesa em Angola apoia o desenvolvi­mento económico e social dos angolanos”, lêse, ainda, no referido artigo.

O jornal refere-se ainda à Cidade da China, localizada na via expressa, em Luanda, como um “centro de negócios vital e de forte atracção turística”.

Revela o diário chinês que, em 2022, quase 20 mil chineses residem em Angola, adiantando haver, ainda, um “enorme potencial por explorar” nas relações de cooperação chinesas-angolanas.

Políticas de sucesso para revitaliza­ção rural e redução da pobreza com base nas tecnologia­s digitais, de acordo com a publicação asiática, podem fornecer “insignes” sobre a formulação de políticas públicas para Angola nessas áreas.

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