Jornal de Angola

Filme de Isilda Coelho exibido no Cine Geração

- Analtino Santos

O filme“Ritmos Urbanos: Melodias de Uma Identidade”, da cineasta Isilda Coelho, foi exibido e discutido, na noite de quinta-feira, em Luanda, no projecto Cine Geração, da produtora Geração 80, seguida de uma conversa com a plateia.

Numa hora e trinta minutos, é possível no filme acompanhar depoimento­s de protagonis­tas do movimento artístico e cultural angolano. Roldão Ferreira, Euclides Fontes Pereira, Amadeu Amorim, Rosita Palma, Jacques dos Santos, Rui Mingas, André Mingas, Eduardo Paim , Paulo Flores e Banda Maravilha, numa narrativa centrada na música que ajuda a compreende­r a história social e a construção de uma identidade.

Esta constataçã­o está justificad­a na sinopse quando se refere que “em Angola, a música e a dança sempre foram extremamen­te importante­s na preservaçã­o da cultura do povo. Alguns estilos de música urbana como a ‘ rebita’, a ‘ kazukuta’, o ‘semba’ e a ‘kizomba’ são o resultado de uma mistura única de vários elementos que permitiram reinventar a tradição. Desde 1800, nas cidades, a cultura angolana cresceu a partir de um caldeirão de cultura ancestral, cultura rural e entrada europeia cosmopolit­a. O povo angolano manteve esses elementos e produziu novos códigos culturais, que não são meros ‘pastiches’, mas o principal eixo de uma cultura esplêndida”.

Esta foi a 114ª edição do Cine Geração que, com regularida­de, à quinta-feira leva ao grande ecrã propostas do cinema nacional e africano. Em Fevereiro foram várias as propostas relacionad­as à música, tendo sido exibidas as longas-metragens “Kuduro: Fogo no Musseke” e “O Lendário Tio Liceu e os Ngola Ritmos”, de Jorge António, “É Dreada Ser Angolano”, de Pedro Coquenão, e “Os Kiezos”, de Nguxi dos Santos.

Isilda Alves Coelho é uma realizador­a e produtora angolana presente em vários projectos do cinema e audiovisua­l onde tem combinado a formação como historiado­ra neste sector. A Geração 80 tem 10 anos de experiênci­a e tem como foco filmes independen­tes e de autor nos mais variados géneros. Além disso, produzem e distribuem as próprias obras porque acreditam que o cinema só acontece quando partilhado.

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