Jornal de Angola

Bailarinas afinam coreografi­a para grande espectácul­o de apresentaç­ão em Maio

- Katiana Silva

O grupo de dança Etu Tweza garante estar a preparar-se afincadame­nte para o seu primeiro grande show de apresentaç­ão para o grande público, agendado para Maio, em Luanda, ainda sem avançar o local e o dia.

Formado em 2013, Etu Tweza, nome em kimbundu que significa “viemos ou chagamos”, é composto por mais de 20 integrante­s, com idades compreendi­das entre os 23 aos 45 anos, cuja direcção é composta maioritari­amente por mulheres. Inicialmen­te constituíd­o por apenas cinco intergrant­es, a ideia da criação do grupo surgiu de forma espontânea, numa combina entre Cláudia Andrade (directora e porta-voz), Rosymar dos Santos (coreógrafa), Znóbia Lopes (gestora do grupo) e a bailarina Zuleica dos Santos, que neste momento está afastada dos palcos por razões profission­ais mas sempre fazendo parte da direcção do grupo, amparadas pela experiênci­a colhida pela passagem por diversos grupos de dança de Luanda.

“Todas nós que fazemos parte deste grupo somos bailarinas com experiênci­a. Decidimos nos juntar para fazer mais um grupo de dança dentro do mercado cultural. Nos juntamos com a certeza de que poderíamos contribuir na cultura nacional com a nossa força de vontade e muito talento. A ideia era marcar a nossa posição”, sustenta Cláudia Andrade, acrescendo que os mais de 20 bailarinos já trazem experiênci­a em dança mas que se juntam ao grupo toda vez que têm agendas e projectos por cumprir.

Entre conciliar os diversos papéis, como esposa, mãe e uma carreira profission­al fora do circuito artístico, Cláudia Andrade é categórica ao assumir ser um desafio com o qual lida há mais de 30 anos que se dedica à arte, deixando claro que a vida de bailarina não impede as realizaçõe­s noutras áreas da vida.

“Conseguimo­s nos formar, constituir famílias, cuidar dos nossos filhos e netos. Houve uma altura da vi da e m que e s t i ve mesmo muito apertada, a f azer mui t as c oi sas ao mesmo t empo. No meu caso, enquanto professora, psicóloga e educadora social, foi preciso foco e organizaçã­o para que pudesse conciliar com a vida artística. Acho que quando a gente quer de verdade, conseguimo­s semp r e a r r a nj a r f o r mas”, defende Cláudia Andrade.

Dar o seu contributo à cultura nacional na categoria da dança é o grande objectivo do grupo, bem como servir de escola a talentos que não encontrara­m ainda um espaço onde desenvolve­r a arte da dança.

“Desejamos continuar a dançar e crescer cada dia mais, para que possamos representa­r angola em qualquer parte do mundo. Levar a nossa dança, a nossa cultura para os quatro cantos do mundo. Também estamos disponívei­s em fazer digressões pelo interior do país”, almeja.

Desde a fundação, em 2013, que ainda não realizaram um concerto a solo de apresentaç­ão dos vários estilos de dança desenvolvi­dos pelo grupo. Segundo traça a directora e porta-voz, neste momento têm feito todos os preparativ­os para realizarem um grande espectácul­o de dança que pretendem apresentar no próximo mês de Maio, visando mostrar todo o talento a um público mais vasto.

“Estão todos preparados, tanto fisicament­e, tecnicamen­te e emocionalm­ente. Queremos mostrar o melhor da nossa criação em dança”, destaca.

“Todas nós que fazemos parte deste grupo somos bailarinas com experiênci­a. Decidimo-nos juntar para fazer mais um grupo de dança. E juntamonos com a certeza de que poderíamos contribuir para a cultura nacional com a nossa força de vontade e muito talento. A ideia era marcar a nossa posição”

Falta de apoio

Apesar de toda a força de vontade, Cláudia Andrade lamenta não ser suficiente quando não há apoios que permitam a realização dos objectivos. Segundo conta, têm dificuldad­es de vária ordem, desde transporte a uma assessoria que l he inclua nos grandes eventos de dança.

“Precisamos de mais espectácul­os, porque o bailarino gosta de se apresentar, faz parte da arte dele. Quanto mais espectácul­o, mais experiênci­a e mais emoção ao lidar com os diferentes públicos. Por outro lado, precisamos de um espaço de ensaio, porque neste momento temos conseguido realizar os nossos ensaios na biblioteca 28 de Agosto, i sso porque tivemos um breve acordo com direcção. Sabemos que não vamos puder ficar ali permanente­mente”, explica.

Quanto à esperança de um patrocinad­or oficial, Cláudia Andrade afirmar não t e r perdido a i nda mas assume o desânimo pelas tantas vezes que tentaram bater portas s em obter sucesso. O grupo tem se mantido graças a ajuda de uma pessoa singular a quem tratam por “padrinho”

“Esse apoio não tem a ver com questões financeira­s, mas sim um apoio fundamenta­l nos momentos mais difíceis. O grupo nunca contou com nenhum patrocínio, desde o material aos figurinos, que eram todos criados pelas bailarinas, que faziam na altura pequenas contribuiç­ões para a aquisição para as indumentár­ias de figurinos, como saias, rolhas de garrafas, panos samakaka, tintas para pinturas, chinelas de borracha, tudo que servisse para nos identifica­r com a cultura nacional”, lamentou. A directora pontua que o grupo resiste somente por amor à arte, acreditand­o ser uma atitude pela persistênc­ia na busca pelos sonhos.

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LUÍS DAMIÃO| EDIÇÕES NOVEMBRO

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