Impulso à consolidação da indústria transformadora
O grupo Abílio de Amorim e Filhos, maior empresa do ramo florestal em Cabinda, declara apoio à suspensão da exportação de madeira em toro, bloco, semi-bloco e pranchões, “por permitir o surgimento de indústrias de transformação a nível do país”.
Herculano de Amorim, um dos proprietários da empresa afirmou que a decisão impulsiona o projecto de industrial i zação da madeira, uma estratégia que a empresa já tem vindo a implementar há muito tempo, na perspectiva de dar um valor acrescentado à matéria-prima, tal como prevê, em primeira instância, o Decreto Presidencial.
Para Herculano de Amorim, com a suspensão da exportação de qualquer tipo de madeira não manufacturado, o país ganha muito mais, porque, ao produto, será dado um valor acrescentado antes de ser exportado, promovendo a criação de indústrias que vão gerar postos de trabalho e impostos para os cofres do Estado.
A outra vantagem, segundo Herculano de Amorim, é de permitir que a floresta esteja mais protegida contra o abate desenfreado de árvores, porquanto, “as empresas ou pes
soas singulares que assim se procedam, na ganância de acondicionarem muita madeira para depois exportarem, deixaram de o fazer por força de Decreto Presidencial.
“É uma medida bastante assertiva e vem numa altura em que há muita desordem na floresta e em que era preciso se encontrar meio-termo para garantir uma exploração sustentável”, adiantou o empre
sário, considerando que só com uma exploração sustentável é que será possível às empresas que dispõem de indústrias de transformação de madeira terem garantias de que a fonte de matériaprima empregue na produção continuará a prover madeira por muito mais tempo ainda.
“Para poder manter a minha actividade industrial por muito mais tempo ainda, devo ter uma boa garantia de matériaprima e, isso, implica olhar para a floresta duma outra forma, fazendo um corte mais sustentável para obter garantias de que a minha indústria pode trabalhar mais cinco 10,15 ou 20 anos”, disse, notando que isso não era muito possível, porque algumas empresas limitavamse a cortar madeira de forma menos sustentável para garantirem as suas exportações.
Todas as medidas tomadas pelo Governo tendentes a disciplinar o sector florestal são bemacolhidaspelasuaempresa, declarou, ao mesmo tempo que reiterou a necessidade de o Governo fazer cumprir o regulamentocriadoem2017aatribuir deáreasouregimesdeconcessão com base em contratos de 20,30 ou 40 anos às empresas com maior dimensão.