Jornal de Angola

População aconselhad­a a deixar zonas de risco

- Manuel Fontoura | Ndalatando

O Serviço de Protecção Civil e Bombeiros aconselha a população do Baixo Dondo, município de Cambambe, província do Cuanza-norte, a abandonar as casas localizada­s em diferentes zonas agrícolas nas margens do rio Kwanza, em função da evolução natural e sistemátic­a do caudal e abertura das comportas.

O porta-voz do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros no Cuanza-norte, Hélder Milagre, fez saber que a abertura das comportas acontece sempre que o nível das águas da albufeira de uma determinad­a barragem aumenta, em função da construção do paredão de retenção.

Precisou que a albufeira tem um determinad­o limite e quando passa do nível há toda a necessidad­e de abrir as comportas para diminuir o caudal, resultante do volume de água das chuvas que se abatem sobre a região.

Referiu que, neste momento, tendo sido concluída a construção do paredão do Aproveitam­ento Hidroeléct­rico de Caculo-cabaça, no Médio Kwanza, urge a necessidad­e da abertura das comportas de Laúca e Cambambe-2, tendo em conta que o caudal do rio está acima da média.

“No dia 19 deste mês, de modo a se acautelar eventuais danos materiais e humanos, abriu-se apenas uma comporta, a de 1,5 metros de altura, tendo atingido um nível de 300 metros cúbicos por segundo. Desde as primeiras horas de ontem notouse uma subida de cerca de 600 metros cúbicos por segundo, havendo a necessidad­e de se abrir a segunda comporta”, afirmou.

Segundo Hélder Milagre, até ao momento foi possível sensibiliz­ar a população de sete aldeias da circunscri­ção. Acrescento­u que a população vai continuar a ser sensibiliz­ada, com o apoio da Igreja Católica e dos órgãos de Comunicaçã­o Social, com realce para a emissora local da Rádio Nacional de Angola, no sentido de abandonar as casas em zonas ribeirinha­s, para que o pior não aconteça.

Lembrou que, em 2020, com a abertura das comportas, devido à subida dos níveis de água na albufeira da Barragem de Laúca, 820 famílias (mais de 4.100 pessoas) perderam as casas e os campos agrícolas foram devastados.

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