População aconselhada a deixar zonas de risco
O Serviço de Protecção Civil e Bombeiros aconselha a população do Baixo Dondo, município de Cambambe, província do Cuanza-norte, a abandonar as casas localizadas em diferentes zonas agrícolas nas margens do rio Kwanza, em função da evolução natural e sistemática do caudal e abertura das comportas.
O porta-voz do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros no Cuanza-norte, Hélder Milagre, fez saber que a abertura das comportas acontece sempre que o nível das águas da albufeira de uma determinada barragem aumenta, em função da construção do paredão de retenção.
Precisou que a albufeira tem um determinado limite e quando passa do nível há toda a necessidade de abrir as comportas para diminuir o caudal, resultante do volume de água das chuvas que se abatem sobre a região.
Referiu que, neste momento, tendo sido concluída a construção do paredão do Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo-cabaça, no Médio Kwanza, urge a necessidade da abertura das comportas de Laúca e Cambambe-2, tendo em conta que o caudal do rio está acima da média.
“No dia 19 deste mês, de modo a se acautelar eventuais danos materiais e humanos, abriu-se apenas uma comporta, a de 1,5 metros de altura, tendo atingido um nível de 300 metros cúbicos por segundo. Desde as primeiras horas de ontem notouse uma subida de cerca de 600 metros cúbicos por segundo, havendo a necessidade de se abrir a segunda comporta”, afirmou.
Segundo Hélder Milagre, até ao momento foi possível sensibilizar a população de sete aldeias da circunscrição. Acrescentou que a população vai continuar a ser sensibilizada, com o apoio da Igreja Católica e dos órgãos de Comunicação Social, com realce para a emissora local da Rádio Nacional de Angola, no sentido de abandonar as casas em zonas ribeirinhas, para que o pior não aconteça.
Lembrou que, em 2020, com a abertura das comportas, devido à subida dos níveis de água na albufeira da Barragem de Laúca, 820 famílias (mais de 4.100 pessoas) perderam as casas e os campos agrícolas foram devastados.