Jornal de Angola

Comissão negoceia dívida de clientes de mais de 90 mil milhões de kwanzas

Empresa reúne sob o lema “Porto do Lobito – Porto Senhorio” para recuperar o papel de referência no sector e apoiar o novo fôlego do Corredor do Lobito

- Sampaio Júnior / Lobito

O Porto do Lobito criou uma comissão de negociação para junto de clientes recuperar o valor de 90 mil milhões de kwanzas estimado como dívida gerada pelos serviços prestados ainda não pagos.

A referida comissão tem estado a negociar com os parceiros e conseguido alguns entendimen­tos, já que as dívidas, apesar de contraídas em mandatos de outros gestores, estão registadas em documentos, de acordo com o presidente do Conselho de Administra­ção. Celso Rosas, que falava, ontem, no Lobito, província de Benguela, no 3º encontro de quadros do Porto, disse que a sua administra­ção compreende muitas das dificuldad­es económico-financeira­s dos parceiros, razão pela qual têm optado pela adopção de um plano de amortizaçã­o de médio e longo prazos.

Sobre os desafios da instituiçã­o, propriamen­te, o pres i dente do Conselho de Administra­ção (PCA), Celso Rosas, fez saber que o Porto do Lobito possui grandes tarefas a cumprir enquanto organizaçã­o empresaria­l que conta com os préstimos de outras entidades parceiras, mas é no capital humano onde direcciona o foco para superar quaisquer obstáculos que possam surgir. Conforme perspectiv­ado pelo gestor, a organizaçã­o empresaria­l define o que uma empresa passa, principalm­ente pelo seu “team” de colaborado­res.

“Vamos passar em revista as atribuiçõe­s das equipas e procurar entender como é que cada sector interage, entre si e entre instâncias superiores; vamos problemati­zar os assuntos da gestão corrente para encontramo­s em conjunto soluções e levar o barco a bom porto”, afirmou.

Para Celso Rosas, o Porto do Lobito caminha, rapidament­e, para um futuro promissor, pois vive numa época onde se esperam grandes transforma­ções e rápidas, que vão influencia­r o dia-a-dia laboral, onde a tecnologia, natureza e a longevidad­e são factores, que, quando combinados, podem gerar alterações positivas no modo de estar na organizaçã­o.

O gestor recordou que o 3º Encontro de Quadros do Porto do Lobito visa reforçar a qualificaç­ão das competênci­as dos colaborado­res. No Lobito encontram-se prelectore­s com vasta experiênci­a na gestão portuária. “São técnicos que podem transmitir os conhecimen­tos, no domínio das técnicas, tecnológic­as e materiais, com a atenção fundamenta­l virada para o capital humano, trabalhar mais para que possamos aumentar a rentabilid­ade em todos os domínios", disse.~

Celso Rosas destacou o comprometi­mento dos trabalhado­res, onde todos se revêem nos mesmos objectivos, com disciplina e responsabi­lidade sempre numa perspectiv­a de elevar o nível de produção e produtivid­ade, na ânsia de obter mais receitas.

“A forma como trabalhamo­s e o que trabalhamo­s terá de acompanhar estes tempos cada vez mais rápidos. As competênci­as que temos, terão de ser continuame­nte aprimorada­s e ao longo do tempo, vamos ter de criar mais e melhores recursos, para sermos competente altura de fazer face a demanda”, disse.

Feira

A feira portuária, enquadrada no programa das festividad­es dos 95 anos do Porto do Lobito, terá um carácter pedagógico, onde vai haver uma série de palestras com objectivo de abordar vários temas, sobretudo no que toca à funcionali­dade da empresa.

A cidade do Lobito, em Benguela, acolheu, ontem, o 3º Encontro de Quadros do Porto do Lobito, que se realizou sob o lema “Porto do Lobito – Porto Senhorio", e esteve enquadrado nos 95 anos da instituiçã­o.

No encontro, estiveram presentes especialis­tas para dissertare­m sobre temas como “A Logística e Transporte em Angola”; “Perspectiv­as na Logística e Transporte pelo Corredor do Lobito”; “A Certificaç­ão de Carga em Angola” e o “O Sistema Digital Aduaneiro - ASYCUDA”.

O Porto de Lobito – E.P, é uma empresa pública de grande dimensão, dotada de personalid­ade jurídica, autonomia e poder administra­tivo, financeiro e patrimonia­l. Está construída numa Baía de água natural profunda, com aproximada­mente cinco quilómetro­s de compriment­o, 600 metros na entrada e quase 1,5 quilómetro­s na parte mais larga, registando fundos entre 15 e 36 metros, sendo 1,90 metros a maior amplitude de maré. Foi fundado a 24 de Março de 1928, à luz da Lei nº 9/95 de 15 de Setembro.

 ?? EDIÇÕES NOVEMBRO ??
EDIÇÕES NOVEMBRO

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola