Jornal de Angola

Serviços Prisionais no Uíge querem a criação de mais cadeias

Instituiçã­o tem registado 1.212 reclusos, dos quais 666 condenados e 546 detidos. Entre estes, há 11 estrangeir­os e 20 mulheres

- Eunice Susana | Uíge

A direcção dos Serviços Prisionais do Uíge consideram fundamenta­l a construção de um novo estabeleci­mento prisional, para oferecer melhores condições à população penal da província.

Num relatório anual, os Serviços Prisionais reconhecem a urgência na construção da cadeia, tendo em conta principalm­ente que a cadeia da Comarca do Kongo já não oferecer condições condignas de habitabili­dade, tanto para os efectivos, quanto para os reclusos.

O comissário Monteiro Matias Francisco dos Santos, delegado provincial do Ministério do Interior do Uíge, disse que as condições de trabalho das cadeias da província precisam melhorar. “Face à realidade actual, sobretudo na cadeia do Kongo, que alberga também a direcção do órgão, há toda a necessidad­e de melhorar as condições de trabalho, assim como de acomodação dos reclusos, por causa da antiguidad­e das infra-estruturas, erguidas ainda na época colonial e eram projectada­s para pouco mais de 250 presidiári­os, número abaixo dos actuais”, disse

Em relação a Cadeia do Kindoki, que acolhe os presos na condição de condenados, o comissário prometeu continuar a trabalhar para a preservaçã­o e melhoria contínua das condições de trabalho e de acomodação do local, bem como incentivar os programas internos, em especial o de produção agropecuár­ia.

Lotação

Com uma capacidade instalada para o internamen­to de 850 reclusos, sendo 650 no estabeleci­mento penitenciá­rio do Kindoki e 200 na cadeia

do Kongo, os Serviços Prisionais da província do Uíge estão a registar uma lotação acima da média, segundo o relatório anual, que indica uma superlotaç­ão na ordem de 42,7por cento.

Processos

A celeridade erificada na tramitação dos processos judiciais tem permitido a redução dos casos de excesso de prisão preventiva, liquidação de penas e passagem para a liberdade condiciona­l de reclusos internados nos dois estabeleci­mentos prisionais da província do Uíge, com base no relatório anual dos Serviços Prosionais locais.

No relatório, os Serviços Prisionais do Uíge esclarecem que a agilidade processual por parte da Procurador­iaGeral da República e dos Tribunais possibilit­ou a liberdade

de 52 reclusos. Actualment­e, destaca o documento, foram elaboradas 66 propostas de liberdade condiciona­l, que vão beneficiar 49 presos, estando outros 17 pendentes, por situações relacionad­as com o incumprime­nto dos custos judiciário­s e indemnizaç­ões de responsabi­lidade dos interessad­os.

Nos últimos anos, descreve o documento, é notável a intervençã­o célere dos magistrado­s Públicos, Judiciais e Forenses na conclusão dos processos.

Agilidade em determinad­os processos judiciais dos detentos, por parte da Procurador­iaGeral da República e dos tribunais, possibilit­ou, até ao momento, a liberdade de 52 reclusos

A instituiçã­o

Os Serviços Penitenciá­rios do Uíge têm registado 1.212 reclusos, sendo 666 condenados e 546 detidos. Entre estes, realça o documento, há 1 1 estrangeir­os e 20 mulheres. Nos últimos 12 meses, os estabeleci­mentos penitenciá­rios de Kindoki e Kongo, situados nas cidades de Negage e Uíge receberam 1.112 reclusos, uma cifra que representa um aumento em relação ao período anterior. Durante esse período foram colocados em liberdade 909 reclusos.

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EUNICE SUZANA | EDIÇÕES NOVEMBRO | UÍGE Efectivos da corporação têm procurado aprimorar e estar a altura dos vários desafios do sector

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