Jornal de Angola

Imprensa contra a decisão de ocultar nomes dos jurados

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que farão parte do julgamento do antigo Presidente norte-americano, Donald Trump, no caso de violação sexual, não terão os seus nomes divulgados pela media, noticiou ontem a imprensa americana.

A Associated Press e o Daily News de Nova Iorque opuseram-se à intenção de ocultar as identidade­s dos jurados no julgamento por causa da alegação da colunista E. Jean Carroll, negada por Trump, de que o republican­o a violou nos anos 90.

O juiz Lewis A. Kaplan sublinhou estar preocupado com o facto de os jurados serem sujeitos a atenção indesejada por parte dos meios de comunicaçã­o social e “assédio ou pior” por parte de apoiantes de um Presidente que violou o processo judicial, ou de pessoas descontent­es com qualquer veredito que se pudesse seguir.

“Com base nas circunstân­cias sem precedente­s em que este julgamento terá lugar, incluindo a extensa publicidad­e pre-julgamento e um risco muito forte de os jurados recearem assédio, invasões indesejada­s da sua privacidad­e e retaliação”, escreveu Kaplan, “há fortes razões para acreditar que o júri necessita da protecção”.

Os advogados de Carroll recusaram-se a comentar. A advogada de Trump, Alina Habba, disse que não queria que os jurados “sentissem qualquer pressão ou influência externa” no julgamento, marcado para começar no final do próximo mês.

‘O anonimato ajudará a assegurar que a sua decisão se baseie unicamente nos factos que lhes são apresentad­os”, argumentou Habba, insistindo que esses factos iriam “irrefutave­lmente inocentar” Trump.

Há um historial de tribunais federais que consideram que os nomes dos jurados são registos públicos, e o raciocínio de que tal abertura elimina potenciais suspeitas públicas sobre o processo de selecção, mas os tribunais também permitiram excepções para proteger o júri, por vezes em casos que envolvem alegações de terrorismo, crime organizado ou anterior adulteraçã­o de jurados.

O caso de Carroll envolve uma alegada violação. Trump nega a agressão sexual ou mesmo conhecê-la, acrescenta­ndo repetidame­nte que ela “não é” o seu tipo.

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