Petro bate Interclube e revalida troféu
Tricolores aplicaram chapa 100 aos polícias na final da segunda maior competição do calendário nacional da bola ao cesto
Com uma capacidadedistinta
de gerir os momentos críticos do jogo, o Petro de Luanda conquistou a 45ª edição da Taça de Angola em basquetebol sénior masculino, ontem, no Pavilhão Principal da Cidadela, após vitória por 102-84, sobre o Interclube, na final da segunda maior competição do calendário nacional.
A figura do desafio foi Childe Dundão. Com 21 pontos marcados e nove assistências, o base foi uma das figuras que comandou a reviravolta tricolor e garantiu a revalidação do troféu.
No entanto, o início da partida não fazia crer que a superioridade do conjunto do Eixo Viário pudesse vir a ser por demais evidente. A equipa da Polícia deu mostras que estava disposta a lutar de igual para igual com o embaixador angolano na Basketball África League (BAL).
O Interclube precisava justificar os três últimos reforços para atacar a recta final da época desportiva. O base Carlos Cabral conseguia traduzir em pontos o que Carlos Diniz pretendia. A equipa circulava a bola por todos os jogadores até encontrar uma brecha para visar o cesto contrário.
Esperava-se, por isso, por uma resposta imediata dos
tricolores, mas estes mostravam-se longe daquilo que são capazes de fazer. Os lançamentos exteriores não resultavam. Ainda assim, os orientados de José Neto persistiam, porém, sem sucesso.
Cabral, que se apresentava como a melhor unidade dos polícias, foi rendido por Edmir Lucas que, pela primeira vez, defrontou a sua antiga equipa desde que regressou da Europa. Este entrou bem no jogo após concretizar um tiro exterior. Emmanuel Quezada pautava o ritmo de jogo. Preocupado, o timoneiro tricolor tentou encontrar soluções no banco de suplentes, face a pouca produtividade, numa altura que perdia por 18-6, a cerca de 2 minutos para o final do primeiro quarto.
O Petro soube reagir, deu uma pequena mostra que a defesa seria a chave para alterar o momento menos bom, numa altura em que Souleyman Diabaté, Gerson Domingos e Pedro Bastos trouxeram alguma dinâmica ofensiva à equipa.
No entanto, os dez pontos de vantagem no primeiro quarto davam alguma tranquilidade a Carlos Dinis e pupilos. A turma dos Bombeiros voltou a superiorizar-se, descobriu lacunas defensivas do adversário e conseguia levar a água a seu moinho.
Apercebendo-se da pouca eficácia nos lançamentos de
longa distância do Petro de Luanda, Carlos Diniz optou pela defesa zona 2-3, de modos a evitar com que os jogadores com capacidade para penetrar o fizessem. Ao intervalo o Interclube vencia por 46-33.
Alterações
Contudo, o xadrez na movimentação da equipa tricolor foi refeito, depois dos reajustes defensivos para impedir que os jogadores mais altos do Interclube ganhassem ressaltos ofensivos.
A reviravolta começou a ser desenhada por Biabaté, um jogador com inúmeros recursos técnicos. Nesta período assistia-se uma partida mais equilibrada com paradas e respostas, com um sinal mais para os tricolores.
No quarto decisivo, a maior experiência competitiva dos jogadores do Petro foi determinante, numa altura em que Childe Dundão entrou para o lugar de Diabaté e fez toda a diferença.
Órfãos de ideias tácticas e quase sem capacidade para reagir, o Interclube pareceu ter atirado a toalha ao tapete, pois não conseguiu repetir a proeza da primeira parte, perdendo bolas sucessivas fruto do abrandamento competitivo. Desde modo, o Petro revalidou o título e soma agora 14 taças contra 15 do 1º de Agosto.