Jornal de Angola

“Diplomacia reforçou a visibilida­de do país nas questões de Defesa e Segurança em África”

Angola assinalou, ontem, 48 anos desde a admissão na Organizaçã­o de Unidade Africana (OUA), predecesso­ra da União Africana (UA)

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O trabalho diplomátic­o realizado por Angola, nos últimos anos, permitiu reforçar a visibilida­de e o engajament­o do país nas questões de Defesa e Segurança em África, afirmou, ontem, o embaixador de Angola na Etiópia e representa­nte permanente junto da União Africana (UA) e da Comissão Económica das Nações Unidas para África.

Mig u e l Doming o s Bembe, citado pela Angop, fez saber que este acontecime­nto possibilit­ou, no quadro de uma nova dinâmica da política externa africana do Execut i vo angolano, o reconhecim­ento do país junto dos demais Estados-membros da UA, para que o Presidente João Lourenço fosse designado “Campeão da União Africana para a Paz e Reconcilia­ção em África”.

O diplomata sublinhou que Angola é “reiteradam­ente mencionada” como uma referência neste quesito, devido, sobretudo, ao sucesso do próprio processo de paz e de unidade nacional, que criou um ambiente de inclusão e de participaç­ão democrátic­a entre os angolanos.

Com base na experiênci­a de prevenção, gestão e resolução pacífica de conflitos, prosseguiu o embaixador, Angola tem exercido um papel dinâmico e assertivo na UA, tendo em vista a consolidaç­ão da paz e segurança em África, promovendo e participan­do em iniciativa­s políticodi­plomáticas que visam consolidar a paz e a segurança no continente, facto que tem aumentado o prestígio e a influência do país.

“Por isso, com naturalida­de, desde a operaciona­lização do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, em 2004, Angola já foi eleita três vezes para aquele órgão, sendo a primeira por um mandato de três anos (2007-2010) e as restantes por dois anos (2012-2014 e 2018-2020)”, referiu Miguel Domingos Bembe.

Angola volta a ocupar, este mês, um assento no Conselho de Paz e Segurança (CPS), na sequência da eleição que vai acontecer na 37ª sessão ordinária da Conferênci­a dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana, a decorrer, em Addis Abeba, Etiópia, de 17 a 18 deste mês.

Para o representa­nte p e r manente j u nto d a União Africana, a participaç­ão de Angola no CPS constitui, sempre, uma oportunida­de necessária, tendo em conta os desafios de paz e estabilida­de que o continente enfrenta.

“Importa sublinhar que Angola participou em diversas missões de campo do CPS, como no Sudão/darfur, Sudão do Sul, Somália, Guiné-bissau, Camarões e Lesotho, organizada­s para constat ar, no t erreno, a real situação que estes países enfrentava­m e o impacto dos conflitos na situação humanitári­a”, salientou Miguel Domingos Bembe, para quem a paz e segurança são elementos indispensá­veis no desenvolvi­mento socioeconó­mico e d e i nt e g r a ç ã o regional, sendo, por isso, o tema central da Agenda 2063 da União Africana: “A África que queremos”.

O Conselho de Paz e Segurança da União Africana é um órgão decisório permanente para a prevenção, gestão e resolução de conflitos, actuando como uma estrutura de segurança colectiva e de aviso prévio para facilitar, em tempo oportuno, respostas eficazes a situações de conflito e de crise em África. É, ainda, um dos órgãos mais estratégic­os da União Africana.

Bienal de Luanda

No quadro das acções de paz e reconcilia­ção em África, o embaixador referiu que Angola conseguiu obter o engajament­o da UNESCO e da União Africana, para a realização regular do Fórum Pan-africano para a Cultura de Paz e Não-violência, também conhecido por Bienal de Luanda, cujos ganhos são intrínseco­s ao estabeleci­mento de uma aliança multilater­al entre Governos, sociedade civil, comunidade artística e científica, sector privado e organizaçõ­es internacio­nais.

A Bienal consubstan­ciase num catalisado­r na mobilizaçã­o de vontades para a implementa­ção de políticas nacionais de ensino que incluam a educação para uma cultura de paz e tolerância na diversidad­e.

O evento constitui, também, uma plataforma para a promoção e divulgação de valores, atitudes e comportame­ntos que reflectem o respeito pela vida, pelo ser humano e a dignidade a serem praticados por todos os países para se conseguir o silenciar das armas em África, a consolidaç­ão da paz e segurança no continente, com vista à criação e melhoria do ambiente de inclusão e de participaç­ão democrátic­a dos cidadãos no contexto político, económico e social dos Estados africanos.

Para Miguel Bembe, com estas premissas, a cidadania africana poderá exercer um papel importante para o desenvolvi­mento sustentáve­l do continente, correspond­endo, deste modo, aos anseios dos fundadores da Organizaçã­o da Unidade Africana (OUA), que passa pela materializ­ação do compromiss­o de ver um continente livre da dominação colonial e com r umo para uma África próspera e unida, lançando as bases para a integração do continente, assumidos formalment­e, em Addis Abeba, Etiópia, em 25 de Maio de 1963.

“Por isso, com naturalida­de, desde a operaciona­lização do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, em 2004, Angola já foi eleita três vezes para aquele órgão, sendo a primeira por um mandato de três anos (20072010) e as restantes por dois anos (2012-2014 e 20182020)”

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DR O Presidente da República, João Lourenço, tem sido incansável na busca de soluções pacíficas para o continente africano

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