Jornal de Angola

Angola quer vacatura na presidênci­a do PAP assumida por Zimbabwe

- Garrido Fragoso | Adis Abeba

defende que a vacatura da presidênci­a do Parlamento Pan-africano (PAP) continue a pertencer à África Austral e exercida por um deputado da Assembleia Nacional da República do Zimbabwe, quando falta apenas ano e meio para o final do mandato.

A posição foi avançada, ontem, em Adis Abeba, Etiópia, pelo presidente do grupo da Assembleia Nacional angolana junto do Parlamento Pan-africano, Manuel Augusto, á margem dos trabalhos da 44ª Sessão Ordinária do Conselho Executivo da União Africana, que prepara toda a documentaç­ão a ser presente na Cimeira dos Chefes de Estado e de

Governo da organizaçã­o continenta­l, que decorre amanhã e domingo próximo, na capital etíope.

“Defendemos que deve ser a África Austral a manter a presidênci­a do PAP, e de acordo com a decisão do Fórum Parlamenta­r da SADC, realizado há cerca de duas semanas na África do Sul, a África Austral deve ser novamente representa­da pelo Zimbabwe, cabendo apenas a este país indicar o deputado que deverá ser reeleito para a presidênci­a do Parlamento Pan-africano”, esclareceu Manuel Augusto, que em Adis Abeba chefia uma comitiva de deputados da Assembleia Nacional membros do Parlamento Pan-africano, entre os quais o líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior.

Contrário a posição defendida por “uma outra corrente”, de manter o mandato à Àfrica Austral, mas sem o Zimbabwe na presidênci­a, Manuel Augusto reafirmou que deve ser o Zimbabwe a decidir quem deve ser o seu candidato, que poderá ser o mesmo que deixou de exercer a presidênci­a, apenas por força de uma disposição do regulament­o e do protocolo.

Manuel Augusto afirmou que o Parlamento Pan-africano atravessa uma crise de liderança e de funcioname­nto desde Agosto de 2023, sendo, por isso, que a crise está a ser discutida na reunião do Conselho Executivo e deverá ser transferid­a para à Cimeira dos Chefes de Estado para apreciação e tomada de decisão.

“O nosso papel em Adis Abeba é tentarmos ajudar os Governos na compreensã­o do que se passa realmente ao nível do Parlamento Panafrican­o, que requer uma posição dos Chefes de Estado africanos”, declarou o parlamenta­r.

Manuel Augusto referiu ainda que a alteração de algumas regras e cláusulas do Protocolo são as principais causas das divergênci­as no PAP. “Entendemos que é útil estarmos em Adis Abeba para assessorar o Governo, por via do ministro das Relações Exteriores, Téte António, para que a decisão que saia da Cimeira vá de encontro ao desejo da maioria dos deputados do Parlamento Pan-africano”, clarificou Manuel Augusto.

Quando há eleições num determinad­o país, o que i mplica a dissolução da Assembleia Nacional, os seus deputados no PAP cessam o mandato, tal como cessam no seu país até que haja eleições. Se forem reeleitos podem voltar ao PAP, esclareceu Manuel Augusto, para quem “a compreensã­o é simples, mas há aí alguma tentativa de se fazer alguma confusão”.

“Fica aqui claro que a posição de Angola é transmitid­a por mim, enquanto presidente do grupo. Qualquer outra posição em nome de Angola não é válida”, declarou.

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Manuel Augusto defende liderança do PAP pela África Austral

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