Jornal de Angola

Candidatos escolhem o mês de Abril para as eleições

Autoridade­s estão a promover um clima de harmonia com a libertação de políticos detidos por desobediên­cia

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Pelo menos 15 dos 20 candidatos às eleições presidenci­ais do Senegal pediram, ontem, a convocação do pleito para 2 de Abril, dentro do legal do mandato do Chefe de Estado, Macky Sall, no dia em que uma das duas candidatas femininas anunciou a saída da corrida.

“A nova data das eleições e da transferên­cia de poderes entre o Presidente e o seu sucessor devem ter lugar, o mais tardar, a 2 de Abril”, lê- se no comunicado de imprensa divulgado pela AFP.

No entanto, a candidata às presidenci­ais senegalesa­s Rose Wardini anunciou a desistênci­a da corrida devido a dúvidas que surgiram nas redes sociais sobre a sua nacionalid­ade. “Decidi com toda a soberania retirar a minha candidatur­a às presidenci­ais de 2024”, declarou Rose Wardini numa conferênci­a de i mprensa em Dakar, citada pela AFP.

A candidata disse que iria apresentar “todas as provas” aos tribunais sobre a sua nacionalid­ade exclusivam­ente senegalesa, uma exigência constituci­onal para qualquer candidato presidenci­al. Ginecologi­sta de profissão, Rose Wardini foi uma das 20 candidatas selecciona­das em Janeiro pelo Conselho Constituci­onal para concorrer às eleições presidenci­ais, inicialmen­te previstas para 25 de Fevereiro, mas, entretanto, adiadas pelo Presidente, Macky Sall, para 15 de Dezembro.

Convocada pela Polícia no início de Fevereiro, na sequência de revelações nas redes sociais sobre a sua alegada dupla nacionalid­ade franco-senegalesa, foi detida durante 48 horas

O Conselho Constituci­onal tinha rejeitado a candidatur­a de Karim Wade, antigo ministro e filho do antigo Presidente Aboulaye Wade, devido à sua dupla nacionalid­ade franco-senegalesa. Após a desistênci­a de Wardini, resta apenas uma mulher na corrida presidenci­al, a empresária Anta Babacar Ngom.

Os apoiantes de Bassirou Diomaye Faye, candidato da oposição às eleições presidenci­ais adiadas no Senegal, exigiram ontem a sua “libertação sem demora” em nome da “i gualdade de t ratamento”, segundo comunicado enviado à AFP.

“Todos os candidatos devem estar sujeitos ao princípio constituci­onal da igualdade de tratamento. É por isso que a libertação imediata do candidato Bassirou Diomaye Diakhar Faye é uma exigência popular e respeitado­ra da Constituiç­ão”, indica o comunicado da coligação Diomaye Presidente. A coligação refere, também, a “necessidad­e de libertar urgentemen­te Ousmane Sonko, líder da oposição”.

A sua candidatur­a foi rejeitada pelo Conselho Constituci­onal que, em vez disso, manteve a de Faye, o seu número dois. Sonko está preso desde Julho de 2023 por alegadamen­te apelar à insurreiçã­o, através de uma empresa terrorista e por colocar em perigo a segurança do Estado.

Bassirou Diomaye Faye está em prisão preventiva desde Abril de 2023, mas ainda não foi julgado e condenado, razão pela qual a sua candidatur­a foi aceite pelo Conselho Constituci­onal.

O Encontro Africano para a Defesa dos Direitos Humanos (Raddho) saudou, em comunicado de imprensa, a iniciativa do Governo senegalês de libertar várias pessoas detidas “injustamen­te”,

UE apela à campanha com todos os candidatos

No final de Janeiro, a União Europeia considerou “muito importante que os candidatos que foram selecciona­dos pelo Conselho Constituci­onal possam fazer campanha em plena igualdade” com os seus adversário­s.

Várias dezenas de opositores foram libertados nos últimos dias, num gesto de apaziguame­nto do Presidente Macky Sall, que não reconhece a existência de presos políticos no Senegal. “Ao mesmo tempo que saúda a libertação dos presos políticos”, a coligação Diomaye Presidente “solicita que todos os presos políticos ainda encarcerad­os sejam imediatame­nte libertados”.

O Encontro Africano para a Defesa dos Direitos Humanos (Raddho) saudou, em comunicado de imprensa, a i niciativa do Governo senegalês de libertar as pessoas detidas “injustamen­te”, algumas delas há mais de dois anos.

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DR Data aprovada pelo Parlamento para as eleições foi “derrubada” pelo Conselho Constituci­onal

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