Jornal de Angola

“Terminarei o meu mandato no dia 2 de Abril”, promete o Presidente do Senegal

Numa decisão histórica, o Tribunal Constituci­onal ordenou ao Governo que fixasse uma nova data para as eleições o mais rapidament­e possível, o que ainda não foi feito

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O Presidente do Senegalpro­meteu cumprir a lei e não prolongar o seu mandato para além de 2 de Abril, dirigindos­e aos senegalese­s, pela televisão, na quinta-feira, a partir de Dakar. "Tendo sido empossado em 2 de abril de 2019, 2 de Abril de 2024 completa o calendário de cinco anos, portanto é o fim do mandato. E pretendo parar neste mandato. Depois de 2 de Abril, pretendo deixar o cargo de Presidente da República", disse o Presidente.

Macky Sall, que está a cumprir dois mandatos, adiou as eleições presidenci­ais por 10 meses, alegando disputas não resolvidas sobre quem poderia concorrer. Mas a sua medida foi considerad­a ilegal pelo Tribunal Constituci­onal.

Os esclarecim­entos de Sall surgem depois de a coligação governante ter votado pela extensão do seu governo no início de Fevereiro. Na altura, alguns legislador­es da oposição abandonara­m a sessão quando a Assembleia Nacional remarcou as eleições para Dezembro. Os grupos de oposição mantêm agora pressão sobre Sall, que disse que manterá conversaçõ­es na próxima semana.

"O país não pode ficar sem um Presidente da República. O próximo diálogo terá certamente de decidir ou propor se é possível chegar a um consenso sobre o caminho a seguir. Espero que os actores [políticos] que se vão reunir à minha volta para olharem para os melhores interesses da nação [...] vou ouvir o que o diálogo tem a dizer e, depois do diálogo, o Conselho Constituci­onal certamente poderá esclarecer as coisas.” Quinze dos vinte candidatos aprovados para concorrer nas eleições presidenci­ais adiadas uniram-se num apelo para que a votação fosse realizada o mais tardar até 2 de Abril. O Senegal tem sido visto como uma das democracia­s mais estáveis da África Ocidental, mas as disputas sobre as eleições mergulhara­m o país numa crise política que provocou protestos mortais. Pelo menos três pessoas foram mortas pelas forças de segurança e dezenas ficaram feridas.

Crise pré eleitoral

A decisão de Sall de adiar a votação presidenci­al mergulhou o Senegal numa das suas piores crises desde a independên­cia de França, em 1960.

O país deveria eleger um novo chefe de Estado a 25 de Fevereiro. O nome do actual Presidente não constaria do boletim de voto: após dois mandatos, Macky Sall não pode voltar a candidatar-se.

O Parlamento aprovou por maioria o adiamento das eleições para 15 de Dezembro, mas alguns membros da oposição apresentar­am uma queixa ao Conselho Constituci­onal

No entanto, a 3 de Fevereiro, um dia antes do início da campanha eleitoral, Sall anunciou que a votação seria adiada. O Parlamento aprovou por maioria o adiamento das eleições para 15 de Dezembro, mas alguns membros da oposição apresentar­am uma queixa ao Conselho Constituci­onal.

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DR Chefe de Estado do Senegal, Macky Sall, reafirma decisão de abandonar o poder na data prevista

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