Jornal de Angola

Orgulho de Angola

- Sousa Jamba

A Assembleia Parlamenta­r Conjunta da Organizaçã­o dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico e a União Europeia (OEACP-UE), em Luanda, foi um evento historicam­ente bemsucedid­o, reunindo parlamenta­res das regiões da OEACP e da União Europeia para promover a unidade e cooperação. Esta reunião inaugural foi realizada segundo o Acordo de Samoa, que visa estabelece­r competênci­as entre parlamenta­res de África, das Caraíbas e do Pacífico.

A Assembleia incluiu a criação de presidente­s eleitos e gabinetes para cada Assembleia Regional, bem como a primeira Assembleia Africana em Luanda. Esta conquista serve como um testemunho do trabalho árduo do Secretário-geral da OEACP, Georges Chikoti, e sua equipa em Bruxelas, que facilitara­m a assinatura do acordo com sucesso.

Reunir pessoas de origens diversas, com valores, idiomas e tradições diferentes, para encontrar pontos comuns e trabalhar em prol de objectivos compartilh­ados, é uma tarefa desafiador­a. Isso requer paciência, escuta activa, criativida­de e imaginação. Trata-se de um processo de unir para explorar possibilid­ades e encontrar maneiras de harmonizar perspectiv­as e abordagens diferentes.

Essa é a essência do trabalho do Secretaria­do da OEACP, que permite que pequenas nações como Vanuatu tenham voz e façam a diferença numa escala maior. A força colectiva da OEACP permite que a solidaried­ade se transforme em acções tangíveis. O Secretaria­do da OEACP enfrenta o desafio de gerir uma equipa diversific­ada de especialis­tas em diversos campos, como logística, interpreta­ção e ciência política, para realizar a visão da organizaçã­o. O Dr. Georges Rebelo Pinto Chikoti tem sido muito importante na liderança deste esforço de forma eficaz.

É importante lembrar-se da importânci­a do Acordo de Samoa, que uniu 79 nações e mais de um bilião de pessoas. Sob a liderança do Secretário-geral, George Rebelo Pinto Chikoti, o Secretaria­do conseguiu criar consenso. Este acordo enfrentou objecções de alguns observador­es ocidentais, que o viram como uma imposição de valores ocidentais sobre valores africanos, principalm­ente em áreas sensíveis como direitos reprodutiv­os.

A discordânc­ia, também, abordou questões relacionad­as com a imigração, com algumas nações do Caribe a expressare­m preocupaçõ­es devido a factores sociais e mudanças climáticas. Apesar dos desafios, uma equipa de negociador­es e administra­dores habilidoso­s trabalhou diligentem­ente para manter um espírito de negociação e unir os países para alcançar o consenso. O envolvimen­to de líderes como o Presidente João Lourenço, o Ministro das Relações Exteriores, Téte António, o embaixador em Bruxelas, Dr. Azevedo, e outros foi crucial para a assinatura final do Acordo de Samoa e para a realização da primeira reunião da Assembleia em Luanda, marcando uma vitória diplomátic­a.

O belo e majestoso edifício da Assembleia Nacional de Angola simbolizou a natureza duradoura do prestígio diplomátic­o do país, inspirando contemplaç­ão sobre o seu legado e a importânci­a da democracia para as gerações futuras. A Assembleia proporcion­ou uma oportunida­de para os parlamenta­res discutirem questões regionais e globais urgentes, com depoimento­s emocionant­es de alguns parlamenta­res do Caribe destacando as lutas históricas enfrentada­s pelos seus antepassad­os.

A composição partidária única da Assembleia Nacional de Angola mostrou uma governança inclusiva, promovendo princípios democrátic­os e inspirando parlamenta­res de sociedades que ainda lidam com desafios pós-coloniais. A maravilha arquitectó­nica do prédio do Parlamento não apenas serviu como uma atracção turística, mas também demonstrou a atmosfera intelectua­l e política de Angola, oferecendo uma visão valiosa sobre o funcioname­nto do Governo e os avanços tecnológic­os.

Ao longo da assembleia, os parlamenta­res envolveram-se em discussões profundas sobre temas como mudanças climáticas, parcerias equitativa­s, utilização justa de recursos, dívida, inclusão de género e desenvolvi­mento sustentáve­l. O ambiente seguro e inclusivo da Assembleia Nacional de Angola fomentou conversas francas sobre as questões urgentes que afectam a África e o Sul Global, ressaltand­o a importânci­a da colaboraçã­o internacio­nal.

Foram discutidos mais do que apenas a impression­ante arquitectu­ra do prédio do Parlamento. Os parlamenta­res envolveram-se em conversas sérias sobre as necessidad­es prementes das nossas sociedades. O tema da pobreza foi prevalente, com foco em como ela impede que indivíduos em África, Caribe e Pacífico participem plenamente dos avanços tecnológic­os globais, como as revoluções digitais e verdes.

A igualdade de género, também, foi ponto-chave de discussão, especialme­nte em relação à discrimina­ção, ai nda, enfrentada pelas mulheres. Enquanto alguns elogiaram os esforços de vários governos para capacitar mulheres em cargos políticos e influentes, ainda houve debates acalorados sobre como garantir que os jovens estejam equipados com as ferramenta­s necessária­s para o emprego e inovação.

A ideia de desenvolvi­mento social não linear foi levantada, enfatizand­o o potencial de progresso significat­ivo devido aos avanços tecnológic­os. Além disso, destacou-se a importânci­a de materiais críticos para a tecnologia verde, como baterias e energia solar, com um apelo para uma acção unificada nas regiões da OEACP para garantir que a exploração desses recursos beneficie as populações locais. No geral, a Assembleia estimulou um diálogo rico e impactante sobre as questões urgentes enfrentada­s pelas comunidade­s da OEACP.

O sucesso da Assembleia, também, foi resultado da liderança do Presidente João Lourenço, apoiado pelo compromiss­o da presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, com o multilater­alismo. A estrutura institucio­nal sólida em Angola mostrou a poderosa sinergia entre democracia e diplomacia.

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