Cenário de governo de coligação
De acordo com as sondagens de opinião, o ANC poderá perder a maioria absoluta na Assembleia Nacional e ser forçado a formar um Governo de coligação.
A província de Kwazulu-natal, a mais populosa do país, é um reduto histórico do ANC, mas o principal partido da oposição, a Aliança Democrática (DA), tem feito incursões na região e criou uma coligação com 10 pequenos grupos políticos para derrotar o adversário.
O movimento é seguido de perto nas sondagens pelo partido de esquerda radical Combatentes pela Liberdade Económica (EFF), de Julius Malema. No entanto, o maior opositor do ANC em KwazuluNatal é o antigo Presidente Jacob Zuma (2009-2018), antigo pilar do partido histórico da África do Sul que criou, recentemente, um novo partido.
Nascido nesta região, o exPresidente, de 81 anos, anunciou, em Dezembro, que estava a fazer campanha por um pequeno partido radical, chamado Umkhonto We Sizwe (MK), o que levou o ANC a anunciar imediatamente a sua suspensão.
Jacob Zuma foi, ontem, atacado pelos apoiantes do ANC, que fizeram desfilar pelo estádio um caixão em representação da morte prematura do seu novo partido.
“Zuma representa a maior ameaça ao ANC em KwazuluNatal”, disse Zakhele Ndlovu, professor de Política na Universidade de Kwazulu-natal, em declarações à agência francesa de notícias AFP.
Os dois partidos na oposição, que já lançaram as suas campanhas, apostam em promessas de criação de emprego, de redução de uma das taxas de criminalidade mais elevadas do planeta e do fim de uma grave crise na electricidade, que está a pesar sobre a economia da maior potência industrial do continente.
A África do Sul registou quase 84 assassinatos por dia entre Outubro e Dezembro, de acordo com os mais recentes dados policiais e, três meses antes das eleições, a taxa de desemprego voltou a subir para 32,1%.
O ANC detém, actualmente, 230 dos 400 assentos parlamentares (57,50%), enquanto o DA e a EFF têm 84 e 44 lugares, respectivamente.