Café angolano tem potencial para ganhar espaço no mercado dos EUA
Que produtos angolanos podem ser vistos no mercado norte-americano e quais têm potencialidades de serem comercializados?
Café. Angola produz café de alta qualidade e há uma crescente procura por café especial nos Estados Unidos. O café angolano tem potencial para ganhar espaço no mercado de cafés especiais dos EUA devido ao seu sabor distinto e qualidade.
O que temos mais para além do café?
Frutas tropicais e produtos agrícolas. Além das frutas, Angola também produz uma variedade de outros produtos agrícolas, como milho, feijão, mandioca e batata-doce. Estes produtos têm potencial para serem comercializados nos Estados Unidos, tanto na forma bruta quanto processada.
E, finalmente, peixes e frutos do mar. Produtos como o camarão, lagosta e peixes têm procura significativa no mercado norte-americano e podem ser uma fonte importante de receita para o país.
Ou seja, Angola pode aproveitar essas oportunidades…
Sim. Angola pode capitalizar nessas oportunidades, investindo em infra-estrutura, qualidade e promoção dos seus produtos no mercado internacional. Há alguns produtos feitos em Angola que já podem ser comprados nalguns locais, como a fuba, kisaka, mandioca etc. Queremos incentivar empresas como a Foodcare, que tem estado a trazer para o mercado americano alguns produtos nacionais.
Como classifica a comunidade angolana nos EUA?
A comunidade angolana nos Estados Unidos da América é muito diversa e tem origens muito dispersas, desde logo a mais antiga saíu do país no auge da colonização e antes da independência em 1975. Houve uma segunda vaga por razões políticas e a última por razões académicas e procura de novas oportunidades. Poderíamos contar com aquela de origem ancestral com quem temos mantido também intenso contacto. Portanto, a nossa comunidade é muito dispersa, mas mantém os factores de identidade coesos.
Como está o interesse de afro-americanos em descobrir as suas origens?
As famílias afro-americanas cujas origens são de Angola têm manifestado um i ntenso e profundo interesse em conhecer o nosso país. Muitos destes cidadãos já estiveram em Angola em roteiros co-organizados por nós. Um exemplo é a família Tucker.
Creio que a promoção do turismo nacional deveria contar com estes cidadãos que têm l i gações ancestrais com Angola. É um projecto que devemos l evar em consideração. Aliás, Cabo-verde, Ghana, Costa do Marfim e o Senegal têm tirado proveito destas ligações.
Como é o trabalho do embaixador de um país como Angola nos EUA, a maior potência mundial?
Desafiante. Envolve uma variedade de funções complexas e estratégicas, que visam promover os interesses nacionais, fortalecer as relações bilaterais e melhorar a posição do país na arena internacional. Temos tido contactos regulares com membros da comunidade angolana, particularmente a residente em Washington DC, Virgínia e Maryland. Até porque estão mais próximos geograficamente.
Qual é a rotina do embaixador?
Entre a minha residência e a Embaixada a rotina pode envolver encontros com as instituições locais no âmbito das minhas funções diplomáticas e outras tantas vezes compromissos culturais e desportivos. É preciso conhecer os Estados Unidos da América além da literatura. Ficcional ou técnica.