Jornal de Angola

Cremilda de Lima está preocupada com a falta de reedição de livros

Durante a homenagem que aconteceu na Fundação Arte e Cultura foram citadas várias poesias dos livros “Brasas Reacendem a Imagens” e “Alma de Kaluanda” da escritora

- Armindo Canda

Cremilda de Lima defendeu, quarta-feira em Luanda, a importânci­a de uma maior aposta e investimen­to das instituiçõ­es culturais públicas e privadas no mercado literário para incentivar o gosto pela leitura e a compra de livros, sobretudo aos mais jovens.

A escritora está preocupada com a falta de reedição de livros publicados no mercado nacional. Referiu que o país continua a registar a fraca produção e reedição de livros.

Cremilda de Lima que foi a última homenagead­a do projecto literário “Noite de Poesia”, iniciativa da Fundação Arte e Cultura, apelou as parcerias do Estado para um maior investimen­to na edição e reedição de livros, no geral, e particular­mente, de escritores consagrado­s com uma longa carreira para que não sejam esquecidos.

“As instituiçõ­es que fazem parte da promoção das obras literárias devem investir mais para tornar o produto literário mais acessível aos leitores. Não quero ser lembrada um dia porque ter o nome de uma escola, mas porque as minhas obras estão a ser lidas nas escolas”.

Em outras realidades, salientou, os livros dos escritores são editados e reeditados para fazer parte do Plano Nacional de Leitura das instituiçõ­es de ensino. O mesmo processo, defendeu, deveria a c o n t e c e r e m Ang o l a . “Quando lemos as estórias da ‘Branca de Neve’, a ‘Menina do Mar’ recordamos do legado que os seus autores deixaram para a literatura internacio­nal, mas continuam vivos nas memórias devido aos contos”.

A escritora ressalta a necessidad­e da criação de uma Indústria Cultural que seja responsáve­l pela edição, reedição e publicação de obras literárias. Anteriorme­nte, lembrou, o país tinha um Instituto das Indústrias Culturais, que editava os livros e os faziam circular”.

Quanto à homenagem, disse sentir-se muito feliz pelo reconhecim­ento da Fundação Arte e Cultura. Aproveitou a ocasião para felicitar a iniciativa e o engajament­o de toda equipa da organizaçã­o. “Essa homenagem marcou muito a minha vida e voume recordar sempre deste dia porque me emocionei bastante”, reconheceu.

Noite de poesia

A margem da cerimónia de homenagem, houve várias atracções culturais, com a banda O´mwenho Groove e Papeline que brindaram o público com canções de artistas nacionais e internacio­nais.

A “Noite de Poesia” prosseguiu com declamação de poesia nas vozes da poetisa Márcia Monteiro que recitou o poema intitulado “No olhar o amor”, o casal Martinho Franco e Paula Bernardo d e c l a maram “Mi n h a Angola”, enquanto Risle Alves declamou “Mundo”.

Victor Andrade recitou o poema “Circulo do Amor”. O poeta Profundo viajou em “Rosa de Todas as Cores”, Herculano Lunda explorou “Luzes e Brilho”, o poeta Precioso declamou a poesia “Girassol” enquanto que Lucas Cassule recitou o tema “Abraçar o Vazio”.

Para encerrar, o grupo teatral Jovens da Mulemba, apresentou como proposta uma peça que resumiu a história da homenagead­a durante o percurso como escritora e professora. E no final Cremilda de Lima declamou o poema “Os Mistérios do Mar”.

A margem da cerimónia de homenagem, houve várias atracções culturais, com a banda O´mwenho Groove e Papeline que brindaram o público com canções de artistas nacionais e internacio­nais

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FRANCISCO LOPES | EDIÇÕES NOVEMBRO Escritora (ao centro) defendeu a criação de uma Indústria Cultural que seja responsáve­l pela produção e distribuiç­ão de livros

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