Um milhão de crianças em risco de desnutrição
Região está a enfrentar múltiplas crises e as necessidades estão a ultrapassar a capacidade de assistência das agências
OUNICEF alertou, ontem, na Etiópia, que cerca de um milhão de crianças e 350 mil mulheres grávidas vão ser afectadas por desnutrição aguda, descrevendo que a crise alimentar resulta da seca que o assola o país como uma catástrofe humanitária.
O director executivo -adjunto do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Ted Chaiban, que se encontra a realizar uma visita de cinco dias à Etiópia, instou a comunidade internacional "a aumentar imediatamente o seu apoio às crianças e famílias, para evitar que piore a situação, lêse num comunicado à imprensa divulgado pela EFE.
"A Etiópia está a enfrentar múltiplas crises e as necessidades estão a ultrapassar a nossa resposta", afirmou. Segundo explicou, a seca provocada pelo fenómeno meteorológico El Niño, que atingiu o Norte, o centro e o Sul da Etiópia, está a ter um impacto devastador em milhões de crianças. Chaiban visitou uma das zonas mais afectadas pela seca em Tigray, no Norte, onde as taxas de subnutrição ultrapassaram o limiar de emergência.
"Esta é uma região onde os mecanismos de sobrevivência das famílias se esgotaram", disse. "Para complicar ainda mais a situação, está a decorrer uma emergência de saúde pública em todo o país, com surtos de cólera, sarampo, dengue e malária", acrescentou.
Estas doenças são mortais para as crianças, mas são facilmente evitáveis, declarou. "Além disso, o país está a lidar com o impacto do conflito que também está a exacerbar a situação para as comunidades vulneráveis", referiu.
De acordo com o comunicado de imprensa, a UNICEF, em colaboração com o Governo etíope e outros parceiros, está a fornecer apoio nutricional, água potável, imunização de rotina, educação e serviços de proteção infantil, "mas muito mais precisa de ser feito".
"Se agirmos agora, podemos salvar a vida de milhões de crianças, mas precisamos de recursos para podermos aumentar a nossa resposta humanitária", declarou. O representante desejou ainda que haja um caminho pacífico, que resolva as disputas do país, para que a UNICEF consiga chegar a todas as crianças necessitadas.