Jornal de Angola

Chuvas afectam 70 por cento das colheitas e provocam subida do preço do feijão na Cela

O director municipal de Agricultur­a, Pecuária e Pescas adverte que, além do feijão, outros grãos também estão a ser devastados pelas chuvas, o que leva a prever escassez de produtos agrícolas no Cuanza-sul

- Casimiro José| Wako-kungo

que caem sobre o município da Cela, na província do Cuanza-sul, estão a causar danos significat­ivos às extensas plantações de feijão, informou na sexta-feira, 1 de Março, ao Jornaldean­gola, o director municipal da Agricultur­a, Pecuária e Pescas.

Elias Manuel Ferreira sublinhou que, dos 55 mil hectares destinados ao cultivo do feijão, 70% da colheita está comprometi­da.

Segundo o responsáve­l, os impactos dos estragos provocados pelas chuvas já se fazem sentir nos mercados locais. “Em anos anteriores, nesta época de colheita, o preço do quilo de feijão ficava entre 400 e 500 kwanzas, mas, devido aos danos causados pelas chuvas, está ser vendido a 1.200 kwanzas e pode subir ainda mais”, avisa o director municipal da Agricultur­a, Pecuária e Pescas.

Elias Ferreira adverte que, além do feijão, outros grãos também estão a ser devastados pelas chuvas, o que leva a prever escassez de produtos agrícolas na província do Cuanza-sul. “Cereais como milho e soja também estão a ser afectados pelas chuvas, o que pode resultar em potencial escassez de a l i mentos nos próximos meses”, declarou.

Na sua análise, a situação está fora de controlo, mas acredita que as perdas da actual safra poderão ser compensada­s. “Por se tratar de um fenómeno natural, não t emos margem para manobras. A colheita de feijão nesta safra está comprometi­da, mas podemos recuperá-la na segunda safra, que começa no dia 15 deste mês”, ressaltou.

O director municipal da Agricultur­a, Pecuária e Pescas tam

bém expressou preocupaçã­o com a situação da agricultur­a empresaria­l, tendo destacado as dificuldad­es que os produtores estão a enfrentar devido às chuvas que inundam as áreas cultivadas, prejudican­do o funcioname­nto das máquinas.

O director municipal de Agricultur­a, Pecuária e Pescas também expressou preocupaçã­o com a situação da agricultur­a empresaria­l

Revendedor­as

Bernardete Chipopi , que há 13 anos revende feijão em grande escala nos mercados locais, afirmou não se recordar de ter enfrentado algo semelhante anteriorme­nte. “Este ano, os problemas com os preços chegaram antes do esperado”, disse, temendo que os preços atinjam nos próximos meses níveis nunca antes vistos.

“No passado, o preço do feijão costumava subir apenas nos meses de Setembro e Outubro. No entanto, este ano trouxe mudanças significat­ivas e, como revendedor­as, estamos incertas”, acrescento­u outra vendedora, Fátima Abílio.

Os temporais continuam a castigar praticamen­te toda a província, principalm­ente nos municípios potenciais para a produção de feijão, como Cassongue, Mussende, Seles e Ebo.

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CASIMIRO JOSÉ | EDIÇÕES NOVEMBRO Temporais continuam a castigar toda a província, com realce para as áreas potenciais na produção de feijão

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