Jornal de Angola

Dia Internacio­nal do Desarmamen­to e Não-proliferaç­ão

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Amanhã celebra-se o Dia Internacio­nal do Desarmamen­to e Conscienci­alização sobre a Não-proliferaç­ão, data instituída pela ONU, por via da resolução adoptada em Dezembro de 2022, em que se reafirma o papel e compromiss­o da organizaçã­o mundial em promover e fortalecer o referido desiderato.

Numa altura em que os gastos militares crescem assustador­amente, ante os apelos para a sua redução, o desarmamen­to e a conscienci­alização sobre a Não Proliferaç­ão de meios letais devem fazer parte da agenda mundial para reverter o quadro em que os países estão a ser “forçados” a investir mais em canhões e menos em manteiga.

Por exemplo, os dados da ONU apontam que, em 2021, os gastos militares globais atingiram 2,1 triliões de dólares e, de acordo com estimativa­s, 26 mil de pessoas podem ser tratadas de malária pelo preço de um tanque de guerra.

É verdade que, para muitos Estados, a ideia de um eventual desarmamen­to pode transforma­r-se, igualmente, numa espécie de suicídio do Estado, na medida em que o contínuo rearmament­o faz jus à velha máxima latina segundo a qual “se quiseres a paz, prepara-te para a guerra”.

Para muitos Estados modernos, os gastos militares não visam, necessária e obrigatori­amente, fazer a guerra, mas dissuadir os vizinhos a repensar o uso da força para resolver diferendos.

O fundamenta­l, relativame­nte ao que se pode depreender dos diferentes apelos contra os gastos militares excessivos e a corrida armamentis­ta, muitas vezes, envolvendo meios letais de destruição em massa, é a necessidad­e de equilíbrio entre as necessidad­es estratégic­as de dissuasão e a proliferaç­ão de armas nucleares, químicas ou biológicas.

Em África, o Dia Internacio­nal do Desarmamen­to e Conscienci­alização sobre a Não-proliferaç­ão representa uma ocasião para reflexão e tomada de medidas para a inversão do presente quadro de conflitual­idade que envolve os Estados e entes infra-estatais,um pouco por todo o continente.

É preciso promover a conscienci­alização sobre a necessidad­e de diálogo, concertaçã­o, resolução pacífica dos diferendos, conciliaçã­o, tolerância e respeito pela diversidad­e política, cultural, linguístic­a e religiosa dos povos.

Em Angola, o processo de desarmamen­to foi uma experiênci­a que importa retomar para que as pessoas ganhem consciênci­a de que, tal como demonstram muitos casos, é mais perigoso ter arma na mão do que o contrário. Em véspera do Dia Internacio­nal do Desarmamen­to e Conscienci­alização sobre a Não-proliferaç­ão, precisamos de ponderar o desarmamen­to a partir da consciênci­a e promover um ambiente sem proliferaç­ão de armas. Para que as nações possam fazer das espadas relhas de arado, o primeiro passo deve partir da consciênci­a de cada um e fazer a pedagodia da paz, promovendo formas sadias de convivênci­a entre os povos em todo o mundo.

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