Jornal de Angola

Forças políticas concorrent­es fazem a última “caça ao voto”

Aliança Democrátic­a lidera as sondagens. O líder, Luís Montenegro, acredita na vitória, mas avisa os apoiantes que as eleições não estão ganhas

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A campanha para as eleições legislativ­as antecipada­s de domingo, em Portugal, termina hoje, num dia em que as forças políticas concorrent­es fazem a derradeira “caça ao voto”, estando o foco virado, sobretudo, aos indecisos.

Às eleições deste domingo concorrem 18 forças políticas (entre os quais três coligações), mas a luta para a formação de um novo governo parece estar concentrad­a em apenas duas forças políticas: Partido Socialista (PS) que dirigiu o governo cessante, e a Aliança Democrátic­a, coligação liderada pelo Partido Social Democrata (PSD), o maior da oposição. Entretanto, o cenário mostra que, qualquer que seja o vencedor, deverá contar

com uma terceira força política para viabilizar o governo.

A Aliança Democrátic­a (AD) lidera as sondagens, mas o líder, Luís Montenegro, avisou, ontem, no penúltimo dia de campanha, que “as eleições não estão ganhas”, embora acredite na vitória: “não há ninguém em Portugal que não acredite que as podemos ganhar”, afirmou.

De resto, o presidente do PSD manifestou-se certo de que vai ser Primeiro-ministro e defendeu que quem andou “a atirar pedras” à AD não conseguiu “apontar o erro” das propostas da coligação.

“Se há assunto que vai resolver-se com o tempo é a minha experiênci­a governativ­a”, afirmou Luís Montene

gro, num comício da AD no Porto. “Vitória, vitória”, gritaram em seguida os apoiantes que enchiam uma tenda montada na Praça D. João I.

Sem nomear ninguém, Montenegro pediu que “acabem com a tentativa desesperad­a de desvirtuar este projecto” da AD. “Respeitem apenas. E digam o que é que está mal. É uma coisa curiosa: todos quantos andaram sucessivam­ente a atirar pedras a esta candidatur­a foi basicament­e para esconder a incapacida­de que têm de apontar o erro das nossas políticas”, acrescento­u.

Nesta intervençã­o, Luís Montenegro respondeu aos que questionam a credibilid­ade do cenário macroecon ó mico d a c o l i g a ç ã o PSD/CDS-PP/PPM, que propõe uma baixa de impostos e prevê que isso irá impulsiona­r o cresciment­o económico: “Nós queremos arriscar, com sentido de responsabi­lidade, com prudência, com contas certas. Nunca em Portugal fomos nós que desarrumám­os as contas públicas, nunca, por que é que haveria de ser agora?”.

Segundo Luís Montenegro, o programa da AD correspond­e aos valores do fundador do PSD e antigo PrimeiroMi­nistro Francisco Sá Carneiro, “o respeito, a ousadia, o risco, a criação da riqueza como instrument­o ao serviço da valorizaçã­o de cada pessoa, e também como instrument­o para que o Estado possa garantir os direitos sociais”.

Mais de 10,8 milhões de eleitores residentes em território português e no estrangeir­o são chamados a votar e escolher o partido que consideram que deve formar o próximo Governo de Portugal ou no que pensam que os representa melhor, elegendo os 230 lugares de deputados à Assembleia da República para a próxima legislatur­a.

A legislatur­a actual, que terminaria apenas em 2026, foi interrompi­da na sequência da demissão do PrimeiroMi­nistro, António Costa, a 7 de Novembro do ano passado, após ter sido tornado público que era alvo de um inquérito judicial instaurado pelo Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça, a partir da Operação Influencer.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou de imediato a demissão do Primeiro-ministro e dois dias depois anunciou ao país a dissolução do Parlamento e a convocação de eleições legislativ­as antecipada­s para 10 de Março.

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DR Luís Montenegro, da AD, diz possuir experiênci­a governativ­a para ser Primeiro-ministro

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