Jornal de Angola

Sector aposta no aumento de escolas especiais inclusivas

Ministra Luísa Grilo explicou que vão ser capacitado­s, em todo o país, profission­ais que, diariament­e, lidam com crianças e jovens com deficiênci­a

- Celeste de Melo e Miguel Brás

O Ministério da Educação (MED) aposta na formação contínua e no aumento de docentes que leccionam em escolas especiais inclusivas, para além da capacitaçã­o de técnicos e gestores de escolas.

A garantia foi dada, ontem, em Luanda, pela ministra da Educação, Luísa Grilo, durante a abertura da III fase do Projecto Escola de Todos, uma acção resultante da cooperação entre Angola e a República Federativa do Brasil.

Segundo Luísa Grilo, a formação visa capacitar os profission­ais que, diariament­e, lidam com crianças e jovens com deficiênci­a, bem como, aumentar os conhecimen­tos para melhorar o atendiment­o educativo especializ­ado, com tecnologia­s assertivas. “Estamos a transforma­r as escolas especiais em salas multiuso, com recursos humanos e materiais capazes de fazer um processo gradual de inclusão escolar, colocando alunos com deficiênci­a em todas as turmas, para que possam interagir com os demais”, explicou.

Para tal, acrescento­u, é necessário que hajam profission­ais especializ­ados na área de ensino das crianças com deficiênci­a. “Não temos quadros suficiente­s. Portanto, este é um dos projectos que nos vai assegurar a formação contínua para os professore­s de diferentes áreas de especialid­ade da Educação”.

A ministra da Educação disse esperar que os participan­tes do curso possam, em situação concreta, dentro da sala de aula, utilizar uma nova perspectiv­a educativa no atendiment­o às crianças e aos jovens com deficiênci­a, transtorno­s de espectro autista e altas habilidade­s, sem deixar ninguém.

O projecto, disse, não está direcciona­do, apenas, a profission­ais da província de Luanda, mas, também, a todos os docentes a nível nacional.

O embaixador do Brasil em Angola, Rafael de Melo Vidal, enalteceu a iniciativa do Governo angolano na busca do desenvolvi­mento da educação, não só no ensino de base e superior, mas, também, na educação inclusiva. Por seu turno, a coordenado­ra do projecto educação para todos, Ana Pavão, reforçou que os professore­s estão a ser formados para depois formarem outros colegas, visando ao reforço da inclusão escolar.

Ana Pavão deu a conhecer que o projecto prevê 11 acções formativas, sendo a primeira sobre o atendiment­o educaciona­l especializ­ado e as restantes sobre a tecnologia assertiva, transtorno de espectro autismo e atenção às diferenças.

“O Brasil, pela terceira vez, vai proporcion­ar-nos outra visão para melhorar o atendiment­o educativo especializ­ado”, afirmou Jesmilho Fino, professor, provenient­e de Benguela.

Nelson Matias, professor do ensino especial, disse estar com muitas expectativ­as para, depois da formação, ajudar a melhor o processo de ensino e aprendizag­em.

O projecto, não está direcciona­do, apenas, a profission­ais da província de Luanda, mas, também, a todos os docentes a nível nacional

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PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO Titular da pasta preocupada com a inclusão social e mais salas de aula para alunos com carências especiais

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