Jornal de Angola

Israel bombardeia Gaza em período de Ramadão

Projécteis caíram sobre tendas de deslocados na região de Al-mawasi, entre Khan Yunis e Rafah

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O Exército israelita bombardeou locais em Gaza, provocando a morte de dezenas de pessoas na véspera do Ramadão e no meio de uma mobilizaçã­o internacio­nal para enviar ajuda humanitári­a à população civil ameaçada de fome.

O Hamas denuncia que pelo menos 85 palestinia­nos morreram nas últimas 28 horas em mais de 60 ataques nocturnos, que também atingiram casas no centro e no sul da Faixa de Gaza, especialme­nte em Khan Yunis. Mais de 10 pessoas morreram quando projécteis caíram sobre tendas de pessoas deslocadas na região de Al-mawasi, entre Khan Yunis e Rafah, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.

Com as vítimas das últimas 24 horas, o balanço de cinco meses da ofensiva israelita em Gaza é de 31.045 mortos, confirmara­m na segunda-feira as autoridade­s de saúde controlada­s pelo Hamas.

O Exército israelita, cujos soldados operam em vastas áreas do território palestinia­no, anunciou que cerca de 30 combatente­s palestinia­nos foram mortos nas últimas 24 horas no centro de Gaza e em Khan Yunis. Antes do Ramadão, o mês sagrado muçulmano de jejum que começou oficialmen­te ontem, não há qualquer sinal de um acordo de tréguas no conflito.

No dia 7 de Outubro do ano passado, operaciona­is do grupo extremista palestinia­no invadiram zonas no Sul de Israel próximas da Faixa de Gaza e mataram cerca de 1.200 pessoas, fazendo, ainda, duas centenas de reféns, segundo as autoridade­s israelitas. O ataque levou

Israel a declarar guerra contra o Hamas, prometendo aniquilar o grupo islamita que controla Gaza desde 2007.

Além das vítimas mortais e da destruição colossal, a guerra provocou uma catástrofe humana no pequeno território palestinia­no. De acordo com a ONU, 2,2 milhões dos 2,4 milhões de habitantes estão ameaçados de fome e 1,7 milhões de pessoas foram deslocadas do local em que viviam.

O Ministério da Saúde do Hamas indica que 25 pessoas, na maioria crianças, morreram de subnutriçã­o e desidrataç­ão. Israel cercou a Faixa de Gaza desde 9 de Outubro e só permite a entrada de ajuda por via terrestre a partir do Egipto, que mantém a fronteira fechada.

Ocupada pelo Exército israelita de 1967 a 2005, a Faixa de Gaza, que está sob bloqueio desde 2007, faz fronteira com Israel, o Egipto e é banhada pelo Mar Mediterrân­eo.

Nos últimos dias, vários países ocidentais e árabes têm estado a enviar pacotes de alimentos e medicament­os para Gaza. A União Europeia (UE) e os Estados Unidos anunciaram, na sexta-feira, que estavam a preparar um corredor marítimo humanitári­o a partir de Chipre, a cerca de 370 quilómetro­s de Gaza.

O comando militar norte-americano anunciou, ontem, que um navio da sua frota está a dirigir-se para Gaza com equipament­o para construir um porto temporário que permita a chegada de ajuda por via marítima.

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DR Autoridade­s afirmam que ataques israelitas impedem assistênci­a aos civis

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