Empresas chinesas manifestam interesse em investir em Angola
Há 20 anos no mercado angolano, a Power China International Group, empresa mãe do Grupo Synohydro, vai apoiar o Governo no combate à seca e na reabilitação do Hospital Américo Boavida, segundo o seu responsável Chen Guanfu
Um total de 14 grandes
grupos empresariais de diversos sectores manifestaram, ontem, em Pequim, o interesse de investir cada vez mais em Angola, depois de receberem garantias do Chefe de Estado, João Lourenço, durante as audiências separadas com os seus responsáveis.
Nesta sequência, o Presidente da República recebeu, primeiro, informações sobre a visão da Power China International Group, empresa mãe do Grupo Synohydro, e do plano de desenvolvimento para Angola.
À saída da audiência, o presidente do Conselho de Administração ( PCA) do grupo, Chen Guanfu, destacou o bom ambiente de negócios no país, considerando vitoriosa a visita do Chefe de Estado à China, por ter conseguido “mostrar” um país diferente e com metas para um futuro melhor.
Há 20 anos no mercado angolano, acrescentou Chen Guanfu, a Power China vai apoiar o Governo no projecto de combate à seca e também na reabilitação do Hospital Américo Boavida, sem adiantar pormenores da empreitada.
Também ontem, J oão Lourenço re cebeu, em Pequim, o vice-presidente para a África Subsahariana, Jeff Wang, com quem abordou as perspectivas de investimento da Huawei Group, assim como ouviu do responsável chinês as realizações da empresa no país. Jeff Wang sublinhou a necessidade de apostar cada vez mais na transformação digital em Angola, além da extensão da conectividade da população residente em zonas recônditas, prometendo a ligação do país mediante à implementação e instalação de fibra óptica.
É objectivo da firma, nos próximos cinco anos, a formaçãao de mais de 10 mil jovens talentos em Tecnol ogias de I nformação e Comunicação, numa altura em que já beneficiou mais de 2.600 formandos.
“Vamos ligar o país com serviços de qualidade e alta tecnologia, incluindo em hospitais, clínicas e escolas, situadas em zonas de difícil acesso”, frisou.
Sem prestar declarações à i mprensa, depois da audiência, a CITIC - China International Trust Investment Corporation apresentou, no encontro com o Chefe de Estado, o plano de investimentos para o mercado angolano, por via do seu PCA, Xi Guohua. Já a TBEA – Construção de Infra-estruturas Eléctricas, levou as perspectivas de investimento no sector eléctrico.
Zhang Xin, presidente do Conselho Empresarial e vicepresidente da Federação da Indústria e do Comércio da China, disse aos jornalistas que acredita no sucesso das iniciativas governamentais.
“Queremos mais oportunidades para trabalhar com o Governo. Estamos em Angola desde 2012 e pretendemos explorar algumas linhas eléctricas, em parceria com o Ministério da Energia e Águas”, realçou Zhang Xin.
Em busca de mais informações detalhadas sobre os projectos em curso, principalmente nos investimentos cujas oportunidades foram apresentadas aos homens de negócios, Lei Webing, PCA da RCR20, foi ao encontro do Presidente João Lourenço para mostrar o que a China Railway 20 Group International Angola pode oferecer ao mercado angolano.
Lei Webing , embora tenha saído sorridente da audiência com o Chefe de Estado, não revelou mais dados à imprensa, enquanto a Norinco – China North Industry Corporation, virada para a Indústria e Defesa Aeroespacial, entrou em cena para apresentar informações actualizadas sobre o processo de estabelecimento da empresa no mercado angolano.
Mais projectos
Antes do fecho da primeira ronda de recepções de ontem no período matinal, Li Wenjing, vice-presidente do Grupo Norinco, mostrou-se satisfeito, através de sinais gestuais, já que evitou os jornalistas na zona de entrevistas rápidas.
Pelo Consórcio Kapital Gest H&S Group East Hope, Zheng Gang, presidente do Conselho de Administração, apresentou um projecto de investimento no Pólo Industrial da Barra do Dande (Porto e Fábrica de Alumínio).
“Estamos bastante satisfeitos com o que ouvimos do Presidente João Lourenço, ao mostrar grande interesse em ver uma Angola melhor para a população”, reforçou Zheng Gang. Liu Jingzhen, PCA da Sinofarm, foi recebido pelo Chefe de Estado e apresentou, também, as perspectivas da empresa no mercado angolano, além de ter recordado os momentos mais marcantes da actuação, na fase latente da pandemia da Covid-19, quando ajudou o país com vacinas e material de biossegurança e protecção individual.
Este responsável disse ter manifestado o interesse ao Presidente João Lourenço de transferir a indústria farmacêutica ao país, desde que sejam criadas as condições necessárias para a instalação da Sinofarm em Angola.
Na ocasião, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, reforçou a ideia e afirmou que o Estado vai analisar e apoiar a iniciativa, por ser positiva a intenção e possibilitar a transferência da produção de medicamentos no país.
As audiências prosseguiram no período da tarde, com o Presidente da República, João Lourenço, a receber Chun Yun Cheung, directorgeral da Chow Tai Fook Jewellery LTD, empresa do sector de joalheria, que aproveitou a oportunidade para apresentar as actividades desenvolvidas em Angola no quadro da parceria com a Endiama.
“Vamos ligar o país com serviços de qualidade e alta tecnologia, incluindo em hospitais, clínicas e escolas, situadas em zonas de difícil acesso”